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NOTÍCIAS | | | 01-07-2004
| Recuperação da Mata sem decisão da administração
| Buçaco |
| O presidente da Câmara da Mealhada, Carlos Cabral, afirmou-se ontem "perplexo" com a falta de decisão quanto à recuperação da Mata Nacional do Buçaco, cujo projecto foi já entregue à Direcção Regional de Agricultura da Beira Litoral.
Numa nota hoje divulgada, o autarca sublinha "a perplexidade desta Câmara Municipal perante a ausência de qualquer decisão superior relativa ao processo de requalificação da Mata, projecto elaborado pela Universidade de Aveiro e que há muito foi entregue à Direcção Regional da Agricultura da Beira Litoral".
Carlos Cabral receia que esta falta de resposta possa significar que "em concreto, nada se alterou na postura da Administração Central relativamente à Mata do Buçaco".
A autarquia "exige ainda que acabe de uma vez por todas um dos maiores «escândalos» no que à gestão da Mata concerne, que é o facto das receitas geradas pela própria Mata Nacional nem sequer serem lá aplicadas".
A degradação daquela mata nacional mereceu críticas de Jorge Sampaio, durante uma visita do Presidente da República ao concelho da Mealhada, no início de 2004, ocasião em que alertou que "não se pode deixar que aconteça alguma coisa para depois ouvir cada um dizer que não tem responsabilidades".
Posteriormente houve reuniões entre várias entidades, de que resultou um programa de intervenção elaborado pela Universidade de Aveiro e que contém um conjunto de medidas elegíveis para uma candidatura ao Programa Operacional do Ambiente, aproveitando as verbas do III Quadro Comunitário de Apoio.
A Universidade de Aveiro propôs-se fazer o levantamento da flora e da fauna e fazer edições sobre ambos os aspectos, elaborar um plano de ordenamento, construir um centro interpretativo de educação ambiental e promover a recuperação das casas florestais.
Profundas alterações foram também propostas para a circulação no interior da Mata, com o encerramento de algumas entradas e colocação de meios de vigilância e a interdição absoluta de tráfego automóvel no interior.
Lamentando que o projecto não tenha ainda tido seguimento, a Câmara Municipal da Mealhada garante que continuará a trabalhar, dentro das suas limitações, "para que a Mata Nacional do Buçaco tenha a atenção que merece e para que seja alvo dos urgentes investimentos que permitirão inverter a degradação bem visível".
Apesar da Mata Nacional do Buçaco ser gerida pela Direcção Regional de Agricultura da Beira Litoral (DRABL), a autarquia decidiu avançar por sua iniciativa com a construção de uma rede de drenagem de águas residuais, para acabar com o problema ambiental dos esgotos a correr pelas encostas a "céu aberto".
Três meses é o prazo da empreitada de execução da Rede de Drenagem de Águas Residuais da Mata do Buçaco, já consignada, que representa um investimento superior a 110 mil euros.
A decisão da autarquia foi tomada em conjunto com a DRABL, Direcção Regional dos Edifícios e Monumentos Nacionais, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro e Direcção do Palace Hotel do Buçaco.
Todas essas entidades irão, a par da Câmara Municipal da Mealhada, comparticipar a parte nacional da empreitada, que foi alvo de uma candidatura a fundos comunitários, ainda não aprovada.
O executivo municipal espera que a intervenção "represente um primeiro passo no longo caminho a percorrer com vista à urgente reabilitação da Mata Nacional do Buçaco, para cujo estado de degradação e abandono a autarquia tem vindo a alertar há vários anos, sem sucesso, as várias entidades com tutela na área".
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