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30-06-2004

Idosos dependem maioritariamente do apoio familiar


Aveiro

Um estudo sobre o envelhecimento populacional do concelho de Aveiro, hoje apresentado pelo Observatório Permanente de Desenvolvimento Social (OPDS), demonstra que os idosos continuam a depender maioritariamente do apoio familiar. Em Aveiro, concelho que teve um aumento de 41 por cento da população idosa, entre 1991 e 2001, a família continua a ser o apoio mais frequente para os problemas da terceira idade e o cuidado com os idosos aparece à cabeça das preocupações dos técnicos ligados à acção social. O estudo analisa os problemas sociais mais relevantes e as formas de resposta disponíveis no concelho de Aveiro, com base nos dados de num questionário distribuído a técnicos de acção social, saúde e educação e autarcas. Foram recolhidos 138 questionários, aproximadamente dez em cada uma das 14 freguesias que compõem o concelho de Aveiro. Os principais resultados indicam que o problema dos "cuidados aos idosos" é o "mais importante", quer no concelho, quer ao nível das freguesias. Quanto ao auxílio dado às pessoas de idade, o apoio familiar é o apontado como mais frequente, considerando os inquiridos que as respostas institucionais são, ainda, escassas. Há freguesias, como Aradas e Requeixo, onde não existe um único equipamento de apoio às pessoas de idade, e na análise das respostas institucionais é atribuído às instituições particulares de segurança social (IPSS) o papel mais importante no apoio a idosos (50 por cento), seguido da Segurança Social (43 por cento) e das autarquias (25 por cento). Nas respostas é destacada a necessidade de medidas que ajudem as famílias a manter esse papel de forma mais eficaz e reconhecido que "a capacidade de resposta familiar tem vindo a manter-se". Liliana Sousa, coordenadora do Observatório, referiu que o envelhecimento populacional é um fenómeno global, que em Aveiro ainda não tem expressão preocupante, e contrariou a ideia de que a velhice tenha de significar necessariamente dependência. O estudo apresentado revelou que 56 por cento dos idosos são totalmente independentes, dez por cento são apenas dependentes no que respeita à motricidade, 24 por cento apresentam limitações físicas de vária ordem e somente dez por cento se podem considerar completamente dependentes. O Observatório Permanente de Desenvolvimento Social foi lançado em 2000 pela Universidade de Aveiro e alargado em 2002 à participação da Câmara de Aveiro, sub-Região de Saúde e Centro de Segurança Social, com o objectivo de contribuir para que as intervenções de políticas públicas na área social sejam alicerçadas em dados de carácter científico, conforme explicou o vice-reitor da Universidade, Manuel Assunção. A construção de indicadores sociais que possam expressar o bem- estar da população é uma das missões do Observatório, no âmbito da qual foi hoje apresentado o estudo sobre o envelhecimento populacional.

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