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NOTÍCIAS | | | 17-05-2004
| Chumbado Estudo de Impacte Ambiental
| IC12 – Mira/Santa Comba Dão |
| O Estudo de Impacte Ambiental, relativo ao traçado do IC12, que previa a ligação entre Santa Comba Dão e Mira acaba de ser chumbado pelo Ministério do Ambiente. A via que teria características de auto-estrada, com praças de portagem, duas faixas em cada sentido e separador central, afinal, já não irá ser construída, pelo menos nos dois próximos anos. Esta tese já tinha sido alvitrada ao nosso jornal pelo autarca de Anadia que, em Fevereiro último, dizia: “o IC12 será sempre um sonho e nunca uma realidade”.
“Traçado anti-nacional”
Uma via, com um traçado polémico e controverso, que previa ainda a construção de sete nós de ligação e que sempre teve no autarca Litério Marques um acérrimo opositor a um traçado que, como dizia, “iria prejudicar, irremediavelmente, o desenvolvimento do concelho de Anadia”, para além de ser “um traçado anti-nacional”. Litério Marques, que foi sempre uma das vozes mais contestatárias relativamente ao traçado do IC12, reitera agora a sua posição, preocupações e soluções. A JB avançou que, “tal como já o afirmei, a verdade é que se continuam a gastar milhões de euros em projectos e estudos que acabam por ficar na gaveta”, denunciando assim o que diz ser a “irresponsabilidade de sucessivos Governos e organismos públicos”. Embora, reconheça que “o IC12 continua a ser uma via fundamental para o desenvolvimento consertado da região”, defende que a sua viabilidade depende da solução do traçado “que não deve ser feito à medida de alguns, mas, sim, colocando em primeiro lugar os interesses nacionais”. Para o edil anadiense, que agora se mostra satisfeito com o “chumbo”, aplicado pelo Ministério do Ambiente, “a melhor solução é a que inicialmente colocava o seu traçado a Norte, servindo assim os concelhos de Anadia e Águeda”, admitindo também que “o Ministério do Ambiente parece ter sido a única entidade a colocar os interesses nacionais acima de quaisquer outros”. O número um do executivo de Anadia diz ainda que “a forma como o traçado estava previsto colocava esta via na proximidade geográfica de outras vias já existentes e que têm funções semelhantes, como são os casos, do IP3 e do IC1”, “continuando a privilegiar concelhos, há muito privilegiados em termos de acessibilidades”. Um traçado que, ainda na sua opinião, “fugia a compromissos anteriormente assumidos”, para além de trazer consequências gravosas, em termos ambientais, tais como a divisão de povoações ao meio e a descaracterização da mata do Bussaco, bem como de uma vastíssima zona de vinhedos no concelho de Mealhada e Cantanhede”. Para o edil não restam dúvidas que o seu município tem estado votado, por sucessivos Governos, ao isolamento, realçando ainda que “Anadia está potencialmente vocacionada para desenvolver o turismo, a indústria, o comércio, desporto, cultura e o ensino tendo a autarquia já realizado avultados investimentos nestas áreas”, na perspectiva de que as acessibilidades seriam asseguradas. O estudo, agora chumbado, dizia respeito a um traçado que iria passar a sul do concelho de Anadia, pelas freguesias de Vila Nova de Monsarros, Aguim, Tamengos e Vilarinho do Bairro, contrariando a vontade do edil anadiense que se congratula porque agora “só daqui a dois anos, e de acordo com a Lei, poderá ser proposto um novo estudo de impacte ambiental, o que obrigara a reformular o traçado”, acrescentando ainda que, “como eu dizia, o traçado a Norte, pelos vistos, afigura-se que será a melhor solução e a que menos impactes negativos trará para a região”. Acrescente-se ainda que o IC12 se encontrava projectado para constituir uma alternativa às EN334 e EN234, permitindo uma rápida ligação entre o litoral e o interior do território nacional, nesta região do país. Para Litério Marques, não restam dúvidas que “a posição da Câmara, que se mostrou irredutível, associado ao facto de terem sido apresentadas inúmeras reclamações por parte de particulares poderão ter tido um peso significativo na decisão do Ministério do Ambiente.” Por outro lado, admite ainda que “a reprovação do estudo veio dar possibilidade que se faça justiça à Câmara Municipal que continua prejudicada e condicionada em termos de acessibilidades”, acrescentando também que o atraso, agora registado, “veio dar mais força à Câmara de Anadia para continuar a reivindicar o acesso directo à A1 (nó de Amoreira da Gândara), assim como de uma variante ao IC2”.
Catarina Cerca |
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