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15-05-2004

Bispo critica superficialidade da informação nas tv´s


Aveiro

O Bispo de Aveiro e vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. António Marcelino, criticou ontem a superficialidade da informação nas televisões privadas e a RTP, "por seguir o mesmo caminho para não perder audiências".

Em comentário à Mensagem do Papa, alusiva ao Dia das Comunicações Sociais (que se comemora dia 23) e este ano dedicada ao tema "Os mass-media na família: um risco e uma riqueza", D. António Marcelino criticou o jornalismo que anda "a correr atrás do que é secundário", sem prestar atenção à realidade circundante.

"Faz-me impressão verificar que quem comunica com os outros não tem atenção à realidade que os cerca", disse D. António Marcelino à agência Lusa.

Para o bispo de Aveiro, o valor da família, "apesar de todos o dizerem defender", não é hoje devidamente protegido pela comunicação social, nomeadamente televisiva, porque "as televisões privadas são dominadas pelos grandes poderes económicos e a televisão pública segue o mesmo caminho, para não perder audiências".

"Assiste-se a um patrocínio extraordinário para os grandes" e criam-se dificuldades a quem pretende ter uma voz diferente, nomeadamente através das alterações aos "portes pagos" na imprensa, denunciou.

Segundo D. António Marcelino, em tal cenário, as famílias "esbarram com +lobbies+ e interesses constituídos, em aspectos que lhes dizem respeito", porque "há forças organizadas onde a família não conta".

"Os media face à família tanto enobrecem como podem destruir", adverte o bispo de Aveiro, que denuncia também, no plano da Educação, "as pressões corporativas, com interesses próprios e de classe, que roubam a ocasião e o valor de intervenção à família".

"Fazem-se leis que fragilizam cada vez mais as famílias", observou também o bispo de Aveiro, criticando o que designou ser "o fomento da protecção a famílias espúrias".

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