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NOTÍCIAS |  | | 12-05-2004
| CDU exige Governo mantenha o IP5 isento de portagens
| | Oliveira do Bairro |
| | Foi aprovada, por maioria, na última Assembleia Municipal de Oliveira do Bairro, com três votos contra, oito a favor e 15 abstenções, uma moção contra a possibilidade da introdução de portagens no Itinerário Principal nº 5 (IP5), apresentada pelo deputado Fernando Peixinho, da CDU. Aliás, a CDU defende que as próprias zonas industriais do concelho de Oliveira do Bairro poderão ser afectadas com esta medida.
Em contraponto, Ricardo Abrantes, presidente da Associação Industrial de Águeda, defende o pagamento de portagem a partir do lanço de Albergaria-a-Velha, enquanto Miguel Roque, presidente da Associação Comercial e Industrial de Águeda, diz que a haver pagamento devem ser reduzidos, pois não se poderá afastar o interior do litoral.
CONTRA AS PORTAGENS
Segundo o documento, o governo já anunciou a intenção de introduzir portagens na futura A25 (actual IP5) e o resultado de tal decisão, a concretizar-se, seria, em termos gerais, prejudicial e profundamente injusta para a economia e para as populações dos distritos de Aveiro, Guarda e Viseu.
Por outro lado, o deputado comunista Fernando Peixinho, na moção, defende que não existe qualquer verdadeira alternativa a esta via rodoviária, efectivamente, estruturante, quer no seu percurso nos distritos da Guarda e Viseu, quer no distrito de Aveiro, designadamente nas ligações entre Albergaria, Sever do Vouga, concelho de Águeda, e Aveiro, bem como para a ligação Barra/Gafanha da Nazaré à capital do Distrito de Aveiro.
MEDIDA REDUTORA
O documento recorda ainda que o actual IP5 (futura A25) é uma das principais vias de escoamento terrestre de produtos e mercadorias produzidas no centro do país, importância claramente reforçada na sua conjugação com o Porto de Aveiro, tendo em conta, particularmente, a expansão deste.
“A viabilidade e o sucesso dos portos de mar depende, em grande parte, dos custos imputáveis à sua utilização, designadamente os transportes a montante do equipamento portuário”, lê-se.
Na área do Distrito de Aveiro, o IP5 abarca uma parte importante dos movimentos quotidianos, adquirindo progressivamente a qualidade de via rápida urbana. Por isso, os comunistas defendem que “o pagamento de portagens no IP5 (futura A25) constituiria numa medida redutora da necessária mobilidade interurbana, em nada contribuindo também para contrariar os problemas da interioridade e a desertificação que afectam os distritos do interior”.
Ainda segundo o documento aprovado, e que será enviado ao Governo, Assembleia da República e presidente da República, “a demonstrada indispensabilidade da duplicação do IP5, nomeadamente por razões de segurança rodoviária, implementando a A25 em nada justifica o pesado ónus da introdução de portagens, sobrecarregando os cidadãos, que têm direito a uma via estruturante, segura e adequada aos tempos modernos”.
OPINIÕES
Miguel Roque Bouça,
Associação Industrial da Bairrada
“O IP5 serve as populações do interior que não poderão ser afastadas do litoral pelo pagamento das portagens. Foi graças ao IP5 que as zonas industriais de Vouzela e O. de Frades cresceram. O IP5 é um eixo estruturante de uniformização do interior ao litoral. Se houver portagens a pagar que sejam reduzidas”.
Ricardo Abrantes
Associação Industrial de Águeda
“Se, para resolver os problemas do IP5 isso passa pela construção da A25, então como qualquer auto-estrada existente em Portugal deverá ser paga portagem. No entanto, penso que os lanços entre Aveiro e a Barra deverão estar isentos de qualquer pagamento, uma vez que parece ser desproporcionado tal pagamento”.
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