A necessidade de desenvolver as capacidades colaborativas e o engenho dos estudantes em qualquer ciclo de estudos da Universidade de Aveiro (UA) foi sublinhada pelo Reitor, Manuel António Assunção, durante a apresentação da iniciativa ingenUA. É também o caso do terceiro ciclo de estudos, onde para além dos estudos especializados, os estudantes devem exercitar competências de liderança e de trabalho em equipa, acrescentou o Reitor. Nesse sentido, especialmente dirigida aos estudantes dos três ciclos, surge esta nova iniciativa.
Com o objetivo de estimular o brainpower de jovens universitários, fomentando o gosto, a capacidade e a vocação de pensar e investigar nas mais variadas áreas científicas, promovendo o trabalho colaborativo e a interdisciplinaridade através do desenvolvimento de projetos/desafios de curto prazo, a iniciativa ingenUA pretende envolver toda a comunidade académica e a sociedade em geral.
Membros da UA, empresas e outras entidades externas podem, assim, propor desafios, resolução de problemas concretos, mediante registo na plataforma, e num prazo não superior a seis meses. Em resposta, estudantes da UA podem propor-se à resolução do problema, com apoio de um mentor, e tomando a forma de: constituição de uma equipa multidisciplinar de três a cinco membros; consultadoria; prestação de serviços; criação de start-up, ou ainda noutros moldes.Nesta fase, os desafios devem estar enquadrados nas seguintes áreas: energia e sustentabilidade; saúde e bem-estar; tecnologias da informação, comunicação e eletrónica; segurança e qualidade alimentar; ambiente e mar; desenvolvimento regional.
O interesse da comunidade académica da UA na iniciativa ficou demonstrado na sessão. Quer pelo representante dos estudantes, Henrique Cruz, presidente da Associação Académica da UA (AAUAv), que manifestou o seu empenho em promovê-la e fomentar a adesão perante a comunidade estudantil, quer por dois dos diretores de unidades orgânicas: departamentos de Eletrónica, Telecomunicações e Informática (DETI) e de Economia, Gestão, Engenharia Industrial e Turismo (DEGEIT).
O diretor do DETI, Paulo Ferreira, saudou “entusiasticamente” a iniciativa e sublinhou a sua “complementaridade” com iniciativas semelhantes em curso nesta unidade orgânica, nomeadamente a disciplina de Projeto, no terceiro ano do primeiro ciclo de estudos dos cursos do DETI, para a qual se constituem grupos mistos de alunos desta unidade orgânica e de outros cursos, como são os casos de Design e Engenharia e Gestão Industrial.
No DEGEIT existem também iniciativas semelhantes, explicou o diretor Carlos Costa, em que os alunos desta unidade orgânica trabalham em grupo com alunos do DETI, do Departamento de Línguas e Culturas ou de outras unidades orgânicas, para o mesmo objetivo: responder a desafios colocados, em muitos casos, por empresas que, assim, podem conseguir soluções para alguns dos seus problemas sem qualquer custo.
A iniciativa suscitou o interesse internacional, informou o Vice-reitor da UA, José Fernando Mendes. Cinco instituições da Conferência de Reitores das Universidades do Sudoeste da Europa (CRUSOE) acolheram com interesse a criação da ingenUA. De tal forma, que estas cinco instituições – as universidades de Vigo e Salamanca, Trás-os-Montes e Alto Douro e Instituto Politécnico do Porto, para além da UA que é líder do projeto – prepararam uma candidatura conjunta ao programa Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal (POCTEP).
A aprovação da candidatura e subsequente financiamento permitirá criar uma rede a funcionar nestas cinco instituições, afirmou ainda o Vice-Reitor da UA, alargando o universo de atuação e o âmbito dos desafios colocados na rede. Caso a candidatura não seja financiada, as cinco instituições já demonstraram interesse em criar versões locais da iniciativa explicou ainda o responsável pelo projeto.
No momento da apresentação, a ingenUA já tinha 22 desafios publicados, 60 registo e quase 300 “like” na página do Facebook.
Texto: UA
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