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25-01-2016

“Todos temos, se calhar, um bacalhauzinho pendurado junto ao coração” - Fernando Martins.



A Confraria Gastronómica do Bacalhau entronizou um antigo maquinista, do tempo da pesca do bacalhau à linha, e duas figuras da cultura, entre as quais a primeira mulher da sua história a integrar a Confraria. João Nunes Cavaz é o maquinista que sente estar a ser reconhecido na sua figura a entrega de muitos homens que não sendo nem pescadores nem comandantes também deram contributo decisivo à indústria da pesca (com áudio).

O XVII capítulo gastronómico entronizou Fernando Martins (professor) e Ana Maria Lopes (antiga diretora do Museu Marítimo de Ílhavo) como confrades de honra. O jornalista e investigador deu conta da sua satisfação pela ligação umbilical que existe entre a pesca e a história do Município de Ílhavo.

“Isto implica que eu passe a olhar para este tema com mais interesse e acuidade. Faz parte do nosso ADN. Se nos abrissem o coração, como dizia D. Evangelista de Lima Vidal, encontrariam lá um barquinho à vela. Todos temos isso. E acrescento: temos, se calhar, um bacalhauzinho pendurado junto ao coração. É uma riqueza gastronómica e cultural”.

Ana Maria Lopes, antiga responsável pelo Museu Marítimo de Ílhavo, realça a importância da entronização pelo lugar que dá aos temas culturais. “É o reconhecimento de uma vida entregue à atividade do museu nos últimos 30 anos. Este Museu é a minha segunda casa. Ao ter montado a primeira exposição da Faina Maior tenho que estar reconhecida”.

João Madalena, Grão-Mestre da Confraria, admite que os Capítulos são momentos que realçam a gastronomia tendo os valores culturais associados à pesca do bacalhau e que era tempo de destacar um maquinista.

“Uma das funções, para além da parte gastronómica, é não deixar esquecida a memória desses homens que foram verdadeiros heróis. Quando dizemos hoje a um jovem que os homens iam para os mares da Terra Nova sem motor e comunicações eles ficam espantados”.

Fernando Caçoilo, presidente da Câmara de Ílhavo, avalia como positiva a ação distintiva da confraria. “É uma forma de reconhecermos socialmente o trabalho de cada um. Todo o desempenho conjunto é importante para a vida social, cultural e económica mas há sempre uma ou outra figura que se destaca. É bom ter orgulho nessa sociedade e fazer esse reconhecimento”.


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