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22-03-2004

Ministério Público pede prisão efectiva para arguido


Oliveira do Bairro

O Ministério Público pediu, na última sexta-feira, durante as alegações, atendendo à gravidade dos factos, pena de prisão efectiva em cúmulo jurídico para Carlos G., o sétimo arguido da megaburla que esteve a ser julgado, autonomamente, em Oliveira do Bairro.
Carlos G. é acusado de um crime de associação criminosa, e 711 crimes de burla e falsificação de documentos, no âmbito de uma burla comercial em que os arguidos terão conseguido, ou tentado conseguir, a troco de letras incobráveis, mercadoria no valor global superior a cinco milhões de euros que, depois, era escoada para a Guiné-Bissau.

DESCOBERTA DA VERDADE

O Procurador do Ministério Público considerou como atenuante o facto do arguido ter confessado os factos e de ter contribuído para a descoberta da verdade.
A defesa pediu a absolvição do seu constituinte, criticando, severamente, todo o desenrolar do processo.
“Este é um processo para ser julgado no Tribunal da Boa Hora e não para ser julgado em dois tribunais diferentes, onde os arguidos são condenados duas vezes pelos mesmos factos”, disse o defensor de Carlos G.
Recorde-se que o arguido no âmbito da megaburla foi testemunha de acusação e os seus depoimentos valeram alterações significativas da acusação que pendia sobre o arguido Dória Vilar – ex-advogado de “Bibi” que, entre outros crimes, poderá vir a ser acusado de associação criminosa.

INCRIMINOU DÓRIA VILAR

Mais recentemente Carlos G., durante uma acareação, associou Dória Vilar aos mais recentes casos de pedofilia ocorridos na Casa Pia.
Dória Vilar nas últimas sessões da megaburla foi defendido por José Martins, actual defensor de “Bibi”, mas acabaria por ser condenado a dois anos e meio de prisão, com pena suspensa por três anos, por co-envolvimento na megaburla comercial.
Neste processo de 51 mil páginas, o acórdão proferido pelo colectivo relativamente aos outros 20 arguidos oscilou entre a absolvição e uma pena de cadeia de 16 anos.
A leitura do acórdão está marcada para o próximo dia 16 de Abril, onde também será sentenciado o 22º arguido da megaburla, João A. que foi capturado, recentemente, pela PJ de Lisboa, em Almada, mas que não quis prestar declarações.

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