O presidente da Câmara de Aveiro, Alberto Souto, esteve sozinho na noite desta terça-feira na reunião da Assembleia Municipal a admitir a possibilidade da incineradora de resíduos sólidos urbanos do Centro ser instalada no concelho, não podendo contar sequer com a bancada do PS no apoio à maioria socialista do Executivo e com cerca de uma centena de contestatários à unidade, residentes na freguesia de Nª Sª de Fátima. Chegaram ao Centro Cultural e de Congressos, em caravana automóvel, cerca de 50 com panfletos “Incineradora Não”, buzinando e com os quatro piscas ligados e, até à entrada na sala de reuniões, manifestaram-se contra a estação de queima de resíduos, com assobiadelas à passagem dos vereadores socialistas na entrada do Centro Cultural. A ordem de trabalhos acabou por ser alterada uma vez que a dimensão do protesto acabou por dominar e esgotar o tempo de reunião. Alberto Souto ainda dizia que "em nenhum momento a Câmara autorizará qualquer colocação se for demonstrado que é prejudicial à saúde" mas a população reprova a posição do presidente da Câmara pelo facto de admitir a possibilidade do concelho vir a de receber a unidade. Esta quarta-feira realiza-se em Coimbra uma Assembleia Geral da ERSUC- Empresa de Resíduos Sólidos Urbanos do Centro, que definirá novos desenvolvimento sobre o processo de tratamento de resíduos. Mas não decidirá a localização. Alberto Souto disse à Assembleia e à população da freguesia que não será tomada qualquer decisão no que respeita à localização "sem informar primeiro a população" e deixou o "compromisso de voltar a conversar". António Salavessa da CDU "valorizou a necessidade de mais debate" para tomar uma decisão mais sustentada mas os protagonistas da noite, do lado da oposição, foram Manuel Coimbra, do PSD e Diogo Machado, do PP. Além de contestarem a instalação da incineradora em Aveiro, pelos perigos que dizem poder estar sujeitos, apontaram para a unidade como uma forma da Câmara "se vender" além de poder vir a tratar lixo de concelhos que, entretanto, optaram por aderir à Área Metropolitana do Porto. Declarações que Souto considerou de "alarmistas" e "manipuladoras da população". Diogo Machado chegou a dizer que a Câmara vê na incineradora um "oásis para dar a fuga, para pagar a quem deve, isso nunca, vender a credibilidade e a qualidade de vida". Manuel Coimbra, um especialista na área de Química, referiu-se ao problema da impossibilidade de controlar as dioxinas libertadas pela queima de resíduos e também perguntou, dirigindo-se a Alberto Souto: "qual é o seu preço? Por quanto quer vender a dívida à ERSUC? Alberto Souto respondeu: "A Câmara não tem preço, não se vende". Para o autarca é uma questão de Aveiro assumir as suas responsabilidades mas António Granjeia, do PP, diusse que Aveiro "já cumpriu a sua parte", recebendo o aterro (de Taboeira), referindo-se ao acordado relativamente ao plano dos aterros. Conforme foi definido, a seguir a Aveiro outra localização seria apontada para o aterro e "como não é um aterro, será a incineradora
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