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NOTÍCIAS | | | 01-04-2003
| Principal arguido do megaprocesso fala hoje
| Oliveira do Bairro |
| Oliveira do Bairro
Principal arguido do megaprocesso fala hoje
Pedro Fontes da Costa
O principal arguido do megaprocesso, que está em julgamento em Oliveira do Bairro, Vítor I., um empresário e antigo jornalista, de 55 anos, com residência em Salir do Porto, Caldas da Rainha, depois de se ter remetido ao silêncio, como os restantes 21 arguidos, vai hoje falar.
Este arguido está pronunciado pelos crimes de associação criminosa (2), falsificação de documentos (770), burla na forma tentada (793) e burla qualificada (98).
Victor I. já tinha afirmado, ao JB, que «acusação é delirante e tem como único objectivo tentar que seja punido por razões bem diferentes daquela que nela constam«.
A audição deste arguido, segundo Jorge Mendonça, advogado de defesa, “poderá esclarecer factos sobre os quais neste momento há dúvidas e que, a manterem-se, favorecem o arguido, de acordo com a lei”.
Esta decisão que “é da exclusiva iniciativa do arguido” tem a discordância do seu defensor.
Este arguido esteve ligado às campanhas eleitorais do presidente da Guiné-Bissau, Kumba Yalá, e ainda de Nino Vieira, segundo confirmou, ao JB, fonte próxima do arguido.
A comprovar estas ligações estarão os vários testemunhos que dão conta do relacionamento com altos dirigentes do governo de Guiné-Bissau.
O médico pessoal do arguido, com clínica de nefrologia em Leiria, disse ao colectivo de juízes que Vítor I. «dava assessoria a gente importante do estado guineense«. «Até chegou a apresentar-me um sobrinho do presidente«.
Segundo contou a testemunha: Victor I. conseguiu que o médico viajasse de Lisboa para o Senegal, apesar de o seu passaporte ter expirado: «O senhor Vítor lá ligou para gente do governo da Guiné e o curioso é que consegui viajar naquele avião«, disse o médico
Já uma testemunha que trabalhou com Vítor I. numa redacção de Lisboa e mostrou conhecer o seu percurso, mesmo quando seguiram rumos profissionais diferentes, reconheceu que o arguido adquiriu grande proximidade com dirigentes políticos da África lusófona.
Ilustrando o facto, disse que conseguiu trazer um ministro angolano, que não identificou, à inauguração de uma sua loja em Pombal.
(19 Mar 03 / 9:14) |
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