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01-04-2003

Mercado automóvel em desaceleração


Economia

Águeda Mercado automóvel em forte desaceleração Pedro Fontes da Costa A ANECRA (Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel) traçou, no último sábado, em Águeda, durante uma reunião com empresários do sector, “um quadro “profundamente preocupante” que se vive, actualmente, no sector automóvel em Portugal. Jorge Neves, secretário geral da ANECRA, disse ao Jornal da Bairrada que o mês de Janeiro veio acentuar a tendência de quebra de vendas registadas no ano passado, assumindo-se como um dos piores meses desde de sempre em Portugal. Quebra em todos os segmentos O mercado total reflecte em Janeiro uma redução de mais de 8 mil unidades face ao período homólogo de 2002, ou seja, uma quebra de 27,9%, constatando-se, igualmente, quebras de 21% nos veículos ligeiros, 39,7% nos comerciais e 44,1% nos pesados. Em 2002 confirmaram-se as mais negras expectativas da ANECRA, registando-se uma diminuição de vendas em todos os segmentos do mercado de veículos automóveis, o que significa uma redução de mais de 50.600 unidades, ou seja, 14% face a 2001. Acentuou-se a diminuição de vendas de 11,4% nos veículos ligeiros de passageiros, 19,7% nos comerciais ligeiros e de 28,2 nos veículos pesados. O sector deixou de vender - desde 2000 - mais de 108 mil unidades. Alta carga fiscal Jorge Neves sublinhou ao JB que esta situação que se vive, tanto no comércio como na reparação automóvel, resulta de razões conjunturais e estruturais e, por isso, solicita “uma imprescindível reforma do perverso Imposto Automóvel (IA)”. O responsável realça a elevada e nociva carga fiscal incidente sobre os automóveis vendidos em Portugal, cerca de 58% sobre o preço de venda ao público, com particular destaque para o IA. Considera importante que o índice de confiança dos consumidores comece a aumentar, embora não seja suficiente para originar uma evolução favorável na procura de veículos ligeiros de passageiros. Absorver sucata europeia Já a redução de 80% do IA para os veículos usados (importados), com mais de dez anos, segundo Jorge Neves, que permite e estimula a entrada de veículos mais velhos, “é reveladora de manifesta falta de bom senso do governo que admite uma clara cedência aos “lobbies”, localizados na Bélgica, Alemanha ou França, que querem continuar a ter em Portugal um mercado apetecível com capacidade para absorver sucata europeia”. “Esta medida não deixa de ser absurda e contraditória, tendo em conta o sistema de incentivos de abate de veículos em fim de vida, que pretende acabar com os veículos sem condições”, afirma Jorge Neves. (26 Fev 03 / 9:27)

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