Jerónimo de Sousa assume que é hora de Portugal acabar com a política de austeridade, a degradação de serviços públicos, as privatizações e começar a apostar no crescimento. O Secretário-Geral abriu as Jornadas Parlamentares do PCP, em Aveiro, subordinadas ao tema “Defender a Produção Nacional, Criar Emprego, Valorizar Salários e Direitos” com apelo ao fim das políticas que estão a marcar a vida política em Portugal. Jerónimo de Sousa diz que é urgente a necessidade de revogar o Tratado Orçamental, abandonar o Pacto de Estabilidade e renegociar a dívida para evitar que Portugal se afunde num cenário de pobreza.
“Nos últimos 4 anos cerca de 800 mil portugueses foram atirados para a pobreza passando a um total de 2,7 milhões. Diz Passos Coelho que os dados não refletem a situação atual. O ridículo tomou conta do governo quando anunciam que num ano tudo mudou. Mais grave é admitir que nada fará para inverter uma situação que exige combate. Este governo não está em condições de o realizar”.
Jerónimo de Sousa deixou críticas a PSD e PP e não esqueceu o PS que se quer afirmar como alternativa. “Portugal precisa de uma verdadeira rotura e não as mudanças de cosmética para que tudo fique na mesma, as falsas mudanças daqueles que dizem que não são o PASOK de Portugal, mas que o foram ontem e que hoje deixam os destinos do país nas mãos das propostas e dos sinais do senhor Junker, do senhor Draghi e da boa vontade do diretório das grandes potências”.
Uma jornada de trabalho que dá atenção aos trabalhadores e às empresas do distrito. Na agenda esteve também a agricultura com Jerónimo de Sousa a pedir mais atenção para a produção nacional, nomeadamente para o setor leiteiro pelo fim das quotas.
João Oliveira, líder Parlamentar do PCP, insiste que a escolha de Aveiro não é inocente. Diz que apesar do potencial, os níveis de desemprego apontam para um total de 80 mil cidadãos sem emprego. “Com uma população jovem e qualificada, Aveiro não tem só potencialidades, tem mais de 80 mil desempregados. Agricultores e pescadores são confrontados com políticas de encerramento. A indústria sofre com os fatores de produção como no calçado e cortiça. Na saúde há encerramentos de valências dificultando a vida as populações. E com a municipalização a converter-se em ameaça aos fundamentos da própria constituição”.
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