O Deputado do PS diz ter tomado conhecimento "com estupefacção" do teor de uma exposição dirigida ao Bastonário da Ordem dos Médicos há cerca de um mês, enviada à Comissão Parlamentar de Saúde, sob o título “Desrespeito pelos profissionais e graves irregularidades cometidas no Centro Hospitalar do Baixo Vouga".
O documento, "subscrito por mais de uma dezena de profissionais daquele Centro hospitalar (devidamente identificados), para além de denunciar, entre outras, a afectação de verbas que prioritariamente deveriam ser destinadas à melhoria de condições da actividade clínica para outros fins, senão absurdos, pelo menos totalmente desnecessários (fins que os signatários do documento ali identificam e que se prendem com assessorias totalmente alheias à prestação de cuidados de saúde), referem também ter conhecimento de inúmeros casos de agendamentos fictícios de cirurgias, em algumas especialidades, com o intuito de mascarar os verdadeiros números das listas de espera para envio à tutela”.
De acordo com os subscritores da participação, os factos denunciados serão já do conhecimento da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde.
Os subscritores da exposição descrevem ainda aquilo que qualificam como "diminuição da qualidade e segurança dos cuidados médicos prestados e de desrespeito pelos direitos dos utentes e o incumprimento das normas laborais em vigor" no CHBV.
Filipe Neto Brandão perguntou ao Ministro da Saúde se "é conhecedor, ou não, do teor das graves denúncias referidas no documento, tanto mais que ali é afirmado que parte dos comportamentos denunciados terá tido o fim de subtrair informação ao conhecimento da tutela". O Deputado pergunta ainda ao titular da pasta da saúde, “uma vez que a denúncia terá sido já participada à IGAS, quais as diligências desencadeadas por aquela entidade e, bem assim, o seu resultado?”.
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