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NOTÍCIAS | | | 01-04-2003
| Académica B, 2 - Oliveira do Bairro, 0
| II Divisão B |
| II Divisão B
Académica B, 2 - Oliveira do Bairro, 0
Em três valeram duas
Exame ao desperdício
Manuel Zappa
Parque Desportivo Visconde do Pinhal, em Touriz da Beira.
Joaquim Cunha
Auxiliares: Luís Pinto e Serafim Pinto. Equipa do CA da AF Porto.
ACADÉMICA B -Eduardo; Carlos Lebres, Zé Castro, André Lage e João Morais; Pedro Penela, Nuno Piloto e Miguel Marques; André Costa (Toni, 69m), Marcelo (Filipe, 87m) e João Sousa (Nuno Marques, 79m).
Treinador: José Viterbo.
OLIVEIRA DO BAIRRO - Nelson (3); Paulo Costa (3), Rui Costa (2), Roberto Carlos (3) e Leandro (2); Hernâni (3), Mário João (2), Tó Miguel (3) e Pazito I (3); Miguel Tomás (2) e David (3).
Substituições: Aos 38m, Rui Costa por Luís Barreto (2); 56m, Mário João por Serrão (1); 80m, Luís Barreto por Pazito II (1).
Treinador: Carlos Simões.
Ao intervalo: 1-0
Marcadores: André Lage (29m) e Nuno Piloto (51m).
Disciplina: cartão amarelo a Hernâni (15m), Nuno Piloto (60m), Toni (82m), David (89m) e Roberto Carlos (90m).
Estatística
35 Faltas 20
7 Remates 14
4 Cantos 8
2 Livres perigosos 2
3 Foras-de-jogo 2
Se há resultados injustos, este foi um deles. O Oliveira do Bairro só pode queixar-se de si próprio pelo facto de não ter conseguido um resultado positivo. O desperdício foi a sua bandeira, embora tenhamos que reconhecer que este não foi o único factor para a derrota. O seu meio campo ficou uns furos abaixo daquilo que produziu nas últimas jornadas, não conseguindo acertar o passo perante uma equipa que trocou bem a bola e soube defender bem, enquanto Miguel Tomás passou ao lado do jogo.
Tirando o melhor proveito de duas das três únicas oportunidades que criou, a Académica acabou por ser uma justa vencedora, já que foi a equipa mais serena e em que tudo lhe correu de feição.
A ideia que fica desde jogo é que o Oliveira do Bairro podia estar ali a tarde toda que não marcava nenhum golo.
Os bairradinos até entraram melhor no jogo e, logo aos seis minutos, David ganhou uma bola a João Morais, correu para a área, rematou cruzado, com ou sem intenção ao segundo poste, mas Miguel Tomás não conseguiu a emenda.
A Académica assentou o seu jogo numa constante circulação de bola, tentou jogar de pé para pé e a toda a largura do campo, ao contrário do Oliveira do Bairro que apostou num futebol mais directo e com a bola a viajar mais pelo ar.
Estes dados distintos proporcionaram aos estudantes alguma supremacia a meio campo, zona em que o adversário não acertava com as marcações, lento a organizar e a construir o ataque.
Mais irreverentes (as 35 faltas são exemplo disso mesmo) sobre a bola, os locais foram controlando as operações e apenas atacavam pela certa.
Aos 29 minutos, beneficiaram de um canto, a defesa contrária afastou para o lado, Marcelo cruzou para a área, onde surgiu André Lage, de cabeça, a colocar a bola dentro da baliza, apanhando a defesa, sobretudo os centrais, em contrapé, que ficaram isentos de culpas. Queixaram-se de um eventual fora-de-jogo, mas do local onde nos encontrávamos, não nos pareceu.
Com a mexida (troca de um defesa por um avançado) táctica, o Oliveira do Bairro, nos últimos minutos, exerceu forte domínio, mas Paulo Costa, de livre, e Pazito, com um excelente remate, que passou a rasar o poste esquerdo, não conseguiram alterar o marcador.
O segundo tempo começou com uma grande perdida de David. Leandro centrou e o avançado, à vontade e na zona central, cabeceou por cima da barra. Este era, entre outros, um sinal evidente da intenção dos Falcões darem a volta ao texto, mas diga-se que a sorte não esteve do seu lado.
E o segundo golo, aos 51 minutos, da Académica é um exemplo disso mesmo, um golo mais do que caricato. Nuno Piloto apanhou a bola na sua intermediária e, a meio do meio campo contrário, decidiu-se pelo remate, com o seu pior pé. A bola, pareceu-nos desviada por Nelson, bateu no poste esquerdo e, simultaneamente nas costas do guardião oliveirense, anichando-se caprichosamente dentro da baliza.
Foi um duro golpe nas pretensões dos Falcões que, de imediato, carregaram no acelerador na procura do golo que lhe desse outro alento para algo mais.
A Académica, por iniciativa própria, ou fruto da pressão a que estava a ser submetida, deu o jogo ao adversário, que se instalou com todas as suas armas no seu meio campo.
Aos 61 minutos, na sequência de uma insistência de Luís Barreto, David falhou, sobrando a bola para Pazito que, em zona frontal, insistiu de novo no pé esquerdo (por que não o pé direito?) para rematar por cima da barra e perder soberana ocasião.
A pressão era acentuada, a Briosa jogou sempre nos limites da falta para travar as investidas contrárias, no entanto teve quase sempre o mérito de chegar primeiro à bola, neutralizando o futebol directo dos bairradinos.
Aos 76 minutos, Paulo Costa rematou a bola que dançou num enorme emaranhado de pernas e não entrou e no último minuto, David rematou à rede lateral.
A Académica tentou respirar nos últimos minutos, conseguiu-o, e até podia ter marcado de novo. Zé Castro, do grande círculo, de livre, viu Nelson adiantado, mas este com uma excelente palmada, desviou para canto.
O árbitro deu um concerto de apito. Apitou a tudo, permitiu alguma dureza, mas não interferiu no resultado.
Discurso Directo
José Viterbo, treinador da Académica B:
“Aproveitámos”
Foi um jogo extremamente equilibrado, contra uma boa equipa que estava moralizada.
A Académica teve três oportunidades, concretizou duas, contrariando aquilo que se tem passado nos últimos jogos, em que temos cinco ou seis e não marcamos.
Trabalhámos e defendemos bem, por isso a vitória é justa.
Carlos Simões, treinador do Oliveira do Bairro:
“Não tivemos a sorte do jogo”
Foi um jogo que não merecíamos perder. Tivemos muitas situações de golo, principalmente na segunda parte, mas não tivemos a sorte do jogo.
Os jogadores foram determinados, de grande entrega e vontade, mas fomos infelizes.
Há que salientar a forma como a equipa interpretou o jogo e penso que se fizéssemos um golo, a história do jogo poderia ter sido diferente.
A figura – Paulo Costa
O mais esclarecido
Por motivos diferentes, Paulo Costa, Roberto Carlos, Tó Miguel e Pazito foram os melhores. O nome de craque esteve imperial na defesa, o médio foi o guardião de um meio campo algo apagado, o avançado lutou imenso, mas falhou na hora da verdade.
O capitão, de entre todos, foi o elemento mais esclarecido, que jogou quase sempre ao mesmo nível, incorporou-se com grande frequência nas missões ofensivas, sendo mais flanqueador do que defesa. A exemplo dos seus colegas, não teve sorte quando rematou à baliza. Aquele livre e o remate em que a bola bateu em vários opositores é ilustrativo disso mesmo. Jogou com a raça que lhe é habitual. Não complicou.
(31 Dez / 15:17) |
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