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NOTÍCIAS | | | 01-04-2003
| População contra deslocação de fábrica
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População contra deslocação de fábrica por recearem fim da vila
A população da vila do Luso (Mealhada, Aveiro) está contra a deslocação da fábrica da Sociedade da Água do Luso (SAL) para Vacariça por recear que a empresa não cumpra a promessa de construir um complexo turístico na pequena vila.
«O Luso não está em festa« e «o povo do Luso não acredita em promessas« são algumas das palavras-de-ordem que se podem ler em cartazes negros espalhados pela localidade.
Segundo um comunicado distribuído por alguns populares concentrados em frente ao casino - onde está patente uma exposição comemorativa dos 150 anos da SAL -, «a saída da fábrica é o princípio do anunciado fim da vila«.
«Esta mudança da concessionária vai dar lugar ao fecho dos bancos da vila, da estação dos Correios e ao encerramento do comércio que vive das estruturas da empresa«, pode ler-se.
Segundo os habitantes do Luso, a revitalização das termas, com a construção de um SPA, «não passam de promessas«.
«Há 20 anos que o Luso vive das promessas dos sucessivos administradores, todos empenhados em fazer boa figura perante os accionistas da empresa, mas sempre apostados no emagrecimento e empobrecimento do Luso«, explicam.
O presidente da Câmara da Mealhada disse, em conferência de imprensa, compreender a «apreensão« e «desconfiança« do povo do Luso, mas mostrou-se convicto que esta solução será benéfica para a vila.
«Tenho a certeza que o projecto em que a empresa está empenhada significará um grande desenvolvimento não só da própria SAL mas também da vila do Luso«, afirmou, adiantando que a construção do complexo turístico terá o aval da Câmara Municipal.
Segundo o administrador-delegado da SAL, João Barreiros Cardoso, a população do Luso não tem razões para desconfiar das boas intenções da empresa.
«Ninguém liberta áreas nobres como esta para deixar pousios«, comentou à Agência Lusa. Barreiros Cardoso rejeitou o receio de despedimentos devido à saída da fábrica do Luso da vila manifestado pela população.
«Desde que estou na empresa, há 10 anos, nunca despedi ninguém«, afirmou, admitindo, contudo, que situações como reformas antecipadas e rescisões de contrato «acontecerão naturalmente«. A Sociedade da Água do Luso conta, actualmente, com 300 empresados.
Lusa
(8 Dez / 14:00) |
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