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NOTÍCIAS | | | 01-04-2003
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Celticerâmica - 30 anos de actividade
A Celticerâmica, S.A., fundada em 1971, sediada no Vale do Grou, festejou trinta anos de existência, no último sábado, com um novo rosto (fachada toda revestida a material cerâmico) e, sobretudo, com olhos de futuro, onde já está.
Para além da visita à fábrica, em laboração, e de um lanche, mais tarde houve lugar à justa prestação de homenagem, nomeadamente aos fundadores, comendador António Soares de Almeida Roque e Adamastor Martins, encerrando com um jantar convívio em que participou mais de uma centena de pessoas, entre empresários do concelho e pessoas amigas, trabalhadores e fornecedores.
Tecnologia de ponta
Durante o lanche, usou da palavra um dos sócios, António Maria, que começou por procurar justificar o nome de Celticerâmica, “um nome engraçado”, que fez questão de ligar aos celtas, “pessoas guerreiras e eficazes”, para, extrapolando, falar da visão e grande poder de trabalho dos seus fundadores, “dois profetas da cerâmica estrutural”, seguidos pelos dois sócios actuais que, disse, vão continuar o caminho, com o apoio e a participação dos trabalhadores ( em número de 33) porque, confessou, “quando o capitão vai na frente, não há soldado que não vá”, não deixando de realçar a grande amizade que liga os actuais timoneiros.
Depois, houve a visita à fábrica para “ver o pouco que temos”, disse António Maria, que foi muito, pelo que se viu: ampliação dos pavilhões (20 mil metros quadrados) e dotadas dos mais avançados sistemas tecnológicos, o que permitiu uma maior capacidade de produção. Em 1999, a empresa disparava com uma nova linha de produção de abobadilha... tecnologia de ponta, a última palavra no sector da cerâmica do barro vermelho, em que os trabalhadores são meros assistentes, muito atentos para resolver rapidamente qualquer falha.
Investimento que custou 7 milhões de euros (1.400 contos), a produção diária oscila entre as 350/400 toneladas/dia, o que é obra.
No fim desta visita que a todos mereceu rasgados encómios, foi descerrada uma placa comemorativa pelo presidente da Câmara, Castro Azevedo, que se mostrou surpreso, uma vez que nela figura o seu nome.
JUSTA HOMENAGEM
“Uma data com algum significado” foi com o administrador, Carlos Almeida, se referiu ao evento que estava a decorrer exactamente no dia 16, data em que, há sete anos, haviam fechado o negócio com o comendador Almeida Roque e Adamastor Martins e, evento que só aconteceu porque aqueles, consultados, entenderam que deveria haver festa e iam estar presentes, dado que “o momento que atravessamos não está para festas”. Festa que tinha também sentido realizar-se nas bodas de prata, mas tal desiderato não se concretizou, porque na altura, “isto tinha pouco de nós”, justificou Carlos Almeida, que elogiou comendador Almeida Roque que instalou, na altura da fundação, a tecnologia mais avançada, de tal modo que ainda hoje a fieira inicial se encontra apta para a produção, bem como outros equipamentos.
A Celticerâmica era então o rol-royce da cerâmica estrutural e reconheceu que, nesse tempo, apesar da diversidade de produtos, havia a garantia de elevados níveis de qualidade, aliada a um crescimento constante.
Carlos Almeida aproveitou o evento para homenagear “dois vultos de cerâmica”: comendador Almeida Roque, presente, e Adamastor Martins que não esteve presente “desconheço a causa, estou muito triste”, desabafou), mas nem isso o coibiu de afirmar que a Celticerâmica “era a universidade de todos os que querem meter os pés a caminho para fazer alguma coisa”.
Embora tivessem vendido a empresa, um e outro “nunca pararam de nos incentivar”, acrescentou este administrador, para “fazermos da Celticerâmica o que eles sonharam”. Esclareceu que o sucesso se baseia em melhoria e qualidade, produção certificada e manutenção de prestígio”, patamares atingidos graças à gestão de sucesso dos dois sócios que é também “fruto do respeito mútuo”.
Hoje a Celticerâmica produz abobadilha que é um complemento à produção de pré-esforçados pela Euroviga, S.A., sediada na Murta, Oliveira do Bairro, líder do sector, onde Carlos Almeida é sócio maioritário.
Carlos Almeida era um homem particularmente feliz - e as lágrimas que lhe vieram molhar as palavras da intervenção foram a melhor homenagem ao pai, Manuel Silva Almeida. E afirmava que “a felicidade que sentem (os fundadores) é igual à nossa. Celticerâmica está-lhes no coração”, reforçou.
O primeiro homenageado da noite foi Amândio Lucas Graça da Silva, 28 anos ao serviço da empresa, o qual recebeu placa comemorativa.
A maior homenagem coube no entanto ao comendador Almeida Roque e Adamastor Martins, embora ausente. A respeito do primeiro, constava na placa respectiva: “a sociedade deve-lhe muito. A Celticerâmica cumpre com o dever”.
Futuro assegurado
Na rota dos discursos, da discussão seguiu-se José Luís Gomes, a representar Elói Abrantes, presidente da ACIBAVE que aproveitou as suas breves palavras para felicitar sempre pelos êxitos verificados neste momento difícil para a cerâmica estrutural, o que constitui um exemplo de confiança no futuro, pois que vem desempenhando “trabalho sério e competente”.
Esta “é uma data de referência para esta empresa”, começou por afirmar o presidente da Câmara, Castro Azevedo, “trinta anos passados com algumas agruras”, mas que foram sendo ultrapassadas.
Referindo-se ao comendador Almeida Roque, baptizou-o de “o pioneiro da cerâmica”, já que a implementou no concelho de Águeda, criando riqueza e emprego. Disse estar encantado com o que viu na visita onde ficou a saber onde se pode chegar com a modernização. De resto, para ele, “não foi surpresa, porque com o contacto com Carlos Almeida, pude verificar as capacidades de gestão, organização e empenho às causas que pensa levar por diante”... lembrava a presidência de Carlos Almeida na ARCA, marcada pelo dinâmica, daí resultando a construção do pavilhão em tempo recorde.
Por fim, mostrou-se confiante no futuro da Celticerâmica, uma vez que já estão integrados os “sucessores naturais”, ou seja os filhos de um e outro sócio: João Almeida, presidente do conselho de administração e Rui Martins, administrador, que nessa qualidade ocuparam lugar de destaque na mesa de honra, presidida pelo presidente da Câmara, Castro Azevedo, ladeando-o o presidente da Assembleia Municipal de Águeda, Horácio Marçal, comendador Almeida Roque, presidentes da Juntas de Freguesia de Aguada de Baixo e Aguada de Cima, respectivamente, Augusto Brito e José Oliveira e José Luís Gomes, representando a ACIBAVE.
UMA LIÇÃO
Para Horácio Marçal a força mostrada pela Celticerâmica, não era mais do que “a prova evidente da capacidade empreendedora dos industriais de Águeda”, nomeadamente no sector cerâmico. Não deixou de realçar a figura de comendador Almeida Roque a quem “o concelho já tem agradecido, mas este homem merece algo mais”. Continuava a homenagem por palavras .
Por sua vez, o fundador da empresa, lembrando as palavras de elogio a seu respeito, disse, a dado momento: “aceito esse elogio porque vem do coração e eu pago na mesma moeda”, mas, avançando, desabafou que “desde a fundação, fiquei frustrado, porque não foi o que eu desejava”, mas não adiantou mais nada. Mas soube dizer, claro e bem alto, que “pelo que verifiquei vai ser uma empresa cada vez mais sólida. Fico satisfeito com isso”.
Lembrando a avó e o pai de Carlos Almeida, disse deste último: “não é qualquer pessoa que é capaz de engendrar toda esta dinâmica...” e que Carlos Almeida, ao convidar os fundadores para a festa deu “uma lição como se devem comportar as pessoas”.
(21 Nov / 10:25) |
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