Valls sublinhou que a França ainda pode voltar a ser alvo de ataque "nos próximos dias, nas próximas semanas".
"Vamos viver muito tempo com esta ameaça, (...) temos de estar preparados", disse o primeiro-ministro francês à rádio RTL, falando ainda na possibilidade de "novas réplicas". Segundo o primeiro-ministro francês, a ameaça estende-se, no entanto, a outros países europeus.
“Sabemos que há operações que estão a ser preparadas e que estão ainda em preparação, não apenas contra a França mas também contra outros países europeus”, afirmou, sem mais detalhes. Segundo Manuel Valls, os atentados de Paris da sexta-feira passada, em que pelo menos 129 pessoas morreram, foram "organizados, pensados, planeados a partir da Síria". O primeiro-ministro disse ainda que no domingo, bombardeamentos aéreos franceses destruíram "dois alvos operacionais" do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) na cidade síria de Raqa e que uma dezena de aviões de combate da França asseguraram a operação.
Valls lembrou que o Presidente François Hollande anunciou, após os atentados de Paris, uma "resposta à altura do ataque" sofrido pela França. Questionado sobre as razões por que não houve uma actuação desta dimensão antes, o primeiro-ministro vincou que a França integra uma coligação contra o EI e que "o epicentro" da ameaça "não está apenas na Síria", mas também no Iraque. "A França está, com frequência, na vanguarda da actuação contra o terrorismo", acrescentou, lembrando a participação francesa em diversos cenários e operações internacionais, por interesse próprio, mas também no interesse da Europa no seu conjunto.
Valls considerou que "todo o mundo se deve mobilizar contra esta ameaça". Segundo informações divulgadas pelo Ministério da Defesa francês, os bombardeamentos de Raqa tiveram como principal objectivo "um posto de comando" do EI que também servia como centro de recrutamento do grupo terrorista. O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou no sábado, em comunicado, os atentados de sexta-feira em Paris.
Os ataques, perpetrados por pelo menos sete terroristas, que morreram, ocorreram em vários locais da cidade, entre eles uma sala de espectáculos e o Stade de France, onde decorria um jogo de futebol entre as seleções de França e da Alemanha.
A França decretou o estado de emergência e restabeleceu o controlo de fronteiras na sequência daquilo que François Hollande classificou como “ataques terroristas sem precedentes no país”.
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