Nos últimos quatro anos Portugal passou por muitas dificuldades económicas e sociais. O desequilíbrio das contas públicas, o endividamento excessivo e outros desacertos, alguns dos quais já vinham de anos anteriores, quase levaram o país à bancarrota em 2011. Naquela altura, o Governo recorreu ao auxílio do Fundo Monetário Internacional, ao Banco Europeu e à Comissão Europeia – a “troika” – que assumiu a responsabilidade de fiscalizar a execução do orçamento da República e controlar as despesas.
O desemprego chegou a atingir a taxa de 17%. As famílias empobreceram e muitas empresas tiveram de encerrar suas atividades. Milhares de trabalhadores foram dispensados e houve cortes de salários e de pensões. A dívida externa atingiu níveis preocupantes; e o déficit público parecia incontrolável.
Entretanto, depois desse período dramático, de apertos e de cortes, de sacrifícios e de protestos, de aumento dos impostos e da redução dos salários do funcionalismo público, já quase no crepúsculo do mandato da coligação que estava no governo, presidida por Pedro Passos Coelho, começaram a aparecer sinais de alívio e de recuperação. Os indicadores da economia melhoraram e os índices de aprovação do governo também.
Isso foi reconhecido pelos portugueses que nas eleições legislativas realizadas em 4 de outubro deram a vitória, ainda que em maioria relativa, aos candidatos da coligação PSD-CDS.
Portugal passou por um período extremamente difícil – e embora algum alívio já se comece a sentir nas classes de baixa renda e no setor do trabalho, conforme o resultado das próprias eleições refletem, ainda é cedo, segundo alguns analistas, para relaxar nas políticas de austeridade e cair outra vez na gastança do Estado e nos excessos do despesismo.
Seria dramático para os portugueses que depois de tantos sacrifícios e de alguns bons resultados, tudo se perdesse por causa da demagogia e das políticas de gastança que são defendidas por partidos que alinhavam até agora na oposição e passaram a ter a maioria na Assembleia da República.
A esta altura, Portugal precisa de continuar a crescer na economia, a equilibrar as finanças públicas, a assegurar melhorias nos salários, a combater o desemprego e a construir um futuro melhor para todos os portugueses.
Este artigo foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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