Tiago Dinis tem sete anos e sofre de Aplasia Medular (disfunção da medula óssea), mas não verteu uma lágrima desde que descobriu que estava doente.
Apesar da idade, este pequeno guerreiro está bem ciente do seu problema de saúde e também sabe que não é o único a travar esta batalha. Decidiu, por isso, associar o seu nome a uma campanha de recolha de sangue que poderá ajudá-lo não só a si como a outras pessoas que necessitam com urgência de um transplante.
Paulo Sérgio e Ana Isabel, pais de Tiago e de dois outros rapazes, residentes em Arouca, descobriram há cerca de dois meses que o filho mais novo estava gravemente doente.
“Começou com complicações em Março…tinha sintomas de hepatite, como fadiga e o tom de pele do rosto amarelado. Na altura, detectaram uma inflamação no fígado e pensaram que era um vírus”, começa por contar Paulo Sérgio.
Medicado, o menino pôde regressar à escola, tendo então começado também a jogar futebol - é jogador do Salesiano de Arouca -, mas depressa os pais se aperceberam de que algo continuava errado. “Começou a chegar a casa com pisaduras e fomos fazer mais exames. Foi aí que se descobriu que as plaquetas estavam baixas e a medula não estava a produzir”, explica o pai de Tiago.
As rotinas da família mudaram drasticamente e a sua principal preocupação é, agora, encontrar um dador de medula 100 por cento compatível. “Estamos a viver uma situação muito difícil e por vezes vamo-nos abaixo, como aconteceu quando constatámos que os irmãos não eram compatíveis”, recorda Paulo Sérgio.
Já Tiago, que está a ser acompanhado no Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN), no Porto, onde se desloca frequentemente para receber transfusões de sangue, tem encarado a doença de outra forma. “Está sempre bem-disposto e tem aguentado muito bem os tratamentos. Aceitou bem e nunca chorou. É um exemplo para todos nós”, diz o pai, orgulhoso.
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