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01-04-2003

Insegurança preocupa autarcas


Oliveira do Bairro

Oliveira do Bairro Insegurança preocupa autarcas - Governo prefere “gerir bem os meios existentes” Catarina Cerca “O Governo tem consciência das carências mas, neste momento, afigura-se-nos essencial, gerir bem os meios existentes”. Esta foi, para já, a única garantia avançada por Nuno Miguel Magalhães, Secretário de Estado da Administração Interna que, na penúltima terça-feira, dia 13, visitou o concelho de Oliveira do Bairro, onde participou numa reunião de trabalho com o executivo oliveirense, elementos do Conselho Municipal de Segurança, GNR e autarcas locais. Um encontro que serviu para aquele membro do Governo se inteirar não só das preocupações dos autarcas locais, relativamente à insegurança e à crescente onda de criminalidade, mas também ouvir as razões que os levam a defender a construção de um novo Posto da GNR, em Oiã. Aquele membro do Governo aproveitaria ainda a deslocação para visitar a construção do Posto da GNR de Bustos. Insegurança e aumento da criminalidade justificam abertura de Posto da GNR em Oiã Pouco passava das 17 horas quando, o Secretário de Estado da Administração Interna chegou aos Paços do Município de Oliveira do Bairro, para participar num encontro que pouco mais serviu do que para sensibilizar aquele membro do Governo para as preocupações relacionadas com a insegurança que não dão descanso aos autarcas locais. Victor Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, reforçou a necessidade de “planificar o futuro e de reforçar a segurança no concelho”. Duas ideias debatidas nos seio do Conselho Municipal de Segurança, organismo cada vez mais preocupado com a crescente onda de criminalidade de atinge o concelho. Uma situação, dizem, “agravada pelas vias de comunicação existentes (EN 235 e nó de acesso à A1), pelo desenvolvimento das zonas industriais de Oiã e Mamodeiro, assim como pelo crescente aumento do parque habitacional do concelho, especialmente na freguesia de Oiã. Assim, o autarca Victor Oliveira centrou os seus esforços na sensibilização daquele membro do Governo para a necessidade de avançar com a criação de um Posto da GNR, em Oiã. Uma vila que nos últimos anos tem conhecido um forte desenvolvimento sendo, por isso, “necessário precaver situações futuras”, avançou aquele responsável autárquico, destacando ainda a problemática que envolve a Zona Industrial de Oiã, onde “deveria ser instalado um posto de proximidade pela GNR”. Uma forma, dizem, de “intimidar os amigos do alheio”, destacando ainda que, devido à situação actual, “haja, neste momento, empresários receosos pela crescente onda de criminalidade e insegurança, dispostos a começar a investir na vigilância privada, como forma de protegerem os seus bens.” Esta ideia foi reforçada ainda pelo empresário Victor Sampaio que justificou a abertura de um novo Posto pelo facto do “tecido industrial ser já bastante grande”. Por outro lado, num concelho a braços com vários acampamentos ciganos, muita imigração de Leste, próximo da auto-estrada - o que propícia a fugas por situações ilícitas -, levaram os responsáveis autárquicos a solicitar também mais recursos humanos e materiais. Estas e outras preocupações foram reforçadas pelo autarca de Oiã, Dinis Bartolomeu, sublinhando ainda que “Oiã está a ser vigiada pelo Posto da GNR de Oliveira do Bairro”, o que, a seu ver, “é muito pouco”, tanto mais que, nos últimos tempos, “os pequenos furtos e assaltos se têm intensificado, tendo a própria Junta de Freguesia sido já visitada várias vezes pelos assaltantes”. Para este autarca, um melhor e mais eficaz patrulhamento só é possível com a abertura de um Posto daquela força policial em Oiã: “uma forma de preservar e salvaguardar o investimento que as pessoas têm feito na freguesia.” De igual forma, Fernando Tomé, autarca da Palhaça, veio reforçar esta e outras necessidades, até porque “hoje já se assiste aqui a assaltos à mão armada, em pleno dia, quer a bombas de gasolina, quer a ourivesarias”. Os autarcas e membros do Conselho Municipal de Segurança alertaram ainda aquele responsável governamental que, “presentemente, a vigilância é insuficiente por falta de meios humanos e materiais, na medida em que é ao Posto de Oliveira do Bairro que cabe a vigilância, numa extensa área compreendida entre as freguesias do Troviscal, Oiã, Oliveira do Bairro e Fermentelos.” Aveiro: distrito com um nível de criminalidade preocupante, acima da média Mas, a maior surpresa da tarde veio da parte do Major Monteiro Antunes (Brigada Territorial nº5 de GNR de Aveiro) que contrariando a abertura de um novo Posto da GNR em Oiã, defendeu que a questão da segurança deverá passar por um reforço de efectivos em Oliveira do Bairro. Confirmando que “Aveiro é um dos distritos com um nível de criminalidade preocupante, acima da média”, não deixou de sublinhar que, “para haver segurança é necessário possuir meios humanos e materiais”. Com isto este responsável mostrou como os meios são, neste momento, insuficientes e, pelo que “só graças à dedicação dos homens é possível manter os níveis de patrulhamento aceitáveis”. Assim, considerando que a distância entre Oliveira do Bairro e Oiã não justifica a criação de um novo Posto, reforçou apenas a necessidade de mais meios para se levar a cabo um patrulhamento mais eficaz. Segundo dados avançados ainda por este responsável, Oliveira do Bairro situa-se, desde 1999, entre o 6º e o 7º lugar, dos concelhos do distrito mais problemáticos. Assim, apesar de não ser um concelho “que levante muitas preocupações”, também “não podemos ignorar o que aqui se passa”. Um concelho, explicou, “patrulhado só por 20 militares, responsáveis pelas seis freguesias e mais de 18 mil habitantes”. Um número de efectivos que deveria, na sua opinião, aumentar para os 30 homens. Isto tendo, igualmente em conta que o Posto de Bustos, com apenas 13 homens, é insuficiente na resposta a todas as solicitações, o que obriga a que, muitas vezes, sejam militares de Oliveira do Bairro a ter que fazer o patrulhamento desta zona. Uma situação, dizem os autarcas, agravada ao final de semana, com a época desportiva e os jogos de futebol que obrigam a presença de militares da GNR nos vários campos da zona, retirando-os de tarefas mais importantes, como a vigilância. Depois de ouvir umas e outras explicações e opiniões, a verdade é que o Secretário de Estado da Administração Interna foi parco em palavras. Admitindo que o “o Governo tem noção do crescimento, do progresso e desenvolvimento do distrito”, admitiu a necessidade de reforçar os meios materiais e humanos, mas também a racionalização dos meios existentes. No entanto, com a situação delicada que o país atravessa, acrescentou: “afigura-se-nos essencial gerir bem os meios existentes”, deixando apenas a garantia de “tomar nota da necessidade do Posto de Oiã”. A deslocação de Nuno Miguel Magalhães terminou com a visita às novas instalações do Posto da GNR de Bustos, assim como ao antigo Posto da GNR de Bustos e de Oliveira do Bairro. (21 Ago / 13:29)

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