Um enorme sucesso. Este é o balanço do convívio nacional e internacional que trouxe no último sábado, dia 6 de junho, cerca de 800 dadores de sangue a Sangalhos.
Numa organização da ADASFES (Associação de Dadores de Sangue da Freguesia de Sangalhos), em parceria com a FAS (Federação das Associações de Dadores de Sangue de Portugal), a vila de Sangalhos foi palco, durante o dia de sábado, do convívio que ficará para a história da associação, não só pela forma organizada em que decorreu, mas sobretudo pela moldura humana que trouxe uma outra vida e colorido diferente à localidade.
Cerca de 800 dadores, em representação de 25 associações de sangue do país, a que se juntou uma delegação de 11 dadores de sangue espanhóis, tiveram em Sangalhos um dia de confraternização de grande qualidade, marcado por diversas iniciativas de índole cultural (arruada, atuações da Banda de Música dos Covões, Grupo Coral Oásis, Orquestra Desigual da Bairrada e dos ranchos folclóricos de Vila Franca das Neves – Trancoso e da Casa do Povo de Vilarinho do Bairro).
Com um programa vastíssimo e com vários momentos altos ao longo do dia (visita ao Velódromo Nacional e ao Aliança Underground Museum, arruada entre o Jardim do Passal e a sede da Junta de Freguesia, onde decorreu o almoço e os vários momentos de animação), o maior destaque vai para a sessão solene de boas-vindas, que decorreu no Jardim do Passal.
Festa de todos os dadores. Armando Costa, presidente da ADASFES, lembrou que o convívio só é possível porque no país existem dadores de sangue, sendo esta a festa de todos os dadores do país. Um evento só possível de realizar a uma pequena associação como a ADASFES graças ao apoio da Câmara Municipal de Anadia e da Junta de Freguesia de Sangalhos que, desde a primeira hora, abraçaram o evento.
Aos muitos convidados presentes, traçou resumidamente o historial da ADASFES, que nasceu na década de 90, graças a um pequeno grupo de dadores, não deixando de reconhecer o esforço da delegação espanhola presente no evento.
Na ocasião, Mário Martinho, secretário da Junta de Freguesia de Sangalhos, destacou a causa nobre que juntou no local tantas centenas de dadores, “pessoas que dão um pouco da sua vida pelos outros”.
Por seu turno, o padre Manuel Melo, perante tão elevado número de participantes, convidou a uma passagem pela casa que todos acolhe, a belíssima Igreja Matriz de Sangalhos, procedendo ainda à bênção da bandeira da ADASFES. Na ocasião, homenageou os dadores de sangue falecidos, assim como deixou palavras de apreço e gratidão a cada um dos presentes: “dão uma lição de vida ao contribuir com as vossas dádivas para que outros possam viver”, fazendo votos que todos continuem a caminhar dentro do espírito altruísta com que abraçaram esta missão.
Martin Mansenido Fuentes, presidente da Federação de Donantes de Sangre de Espanha e presidente Honorário da FIODS – Federação Internacional das Organizações de Dadores de Sangue, mostrou-se muito agradado com o facto dos dadores espanhóis poderem estar a compartilhar esta jornada e agradável e significativa encontro para as estruturas associativas dos dadores de sangue.
Joaquim Silva, presidente da FAS, mostrou-se bastante sensibilizado para a forma como uma pequena associação abraçou a realização de tão grande e importante evento, retomando estes encontros. “Um desafio que eles conseguiram realizar”, deixando ainda a nota do que é intenção da direção da FAS visitar as associações de dadores do país e perceber, no terreno, as necessidades e angústias de cada uma delas.
A edil anadiense Teresa Cardoso destacou “a forma voluntária como todas as associações se dedicam a esta causa tão meritória e tão nobre”, já que “são dádivas de sangue que salvam vidas, de forma anónima, num verdadeiro sentimento de respeito e de amor ao próximo”.
Por fim, Luís Negrão, do Instituto Português do Sangue e da Transplantação, centrou as suas palavras no doente e que podem ter a certeza de que “o sangue que chega aos hospitais é de qualidade, seguro e eficaz”.
Foram ainda entregues duas gotas de cristal, uma a Augusto Mateus Silva, de Grândola e outra a Carlos Ribeiro, de Tomar, por terem completado mais de 100 dádivas.
Catarina Cerca
|