Há dois anos forçado a deixar a actividade de marnoto, que desenvolveu desde os 11 anos, José Simões regressou ontem à marinha Santiago da Fonte para ser alvo de uma homenagem. Traido pela doença, este marnoto agora com 84 anos de idade passou toda a sua vida com os pés na água salgada das marinhas de Aveiro. Ora numa ora noutra, já perdeu a conta às toneladas de sal que produziu, bem como aos novos marnotos que foi formando e acolhendo. Ainda é do tempo em que as piramides de sal “emolduravam” a cidade de Aveiro e ser marnoto era uma profissão comum. Hoje não é assim e a marinha da Universidade de Aveiro é disso prova. É uma das sete que ainda produzem em Aveiro. Ontem, José Simões voltou a por os pés no sal (ou quase). Regressou à marinha onde trabalhou perto de 30 anos, onde ensinou os filhos Paulo e João Simões a serem também marnotos. À sua espera um grupo de pessoas ligadas à academia e amigos, que lhe reconhecem valor e quiseram presenciar o momento. A sessão de homenagem foi conduzida pelo vice-reitor Carlos Pascoal Neto, que não deixou de destacar a “vida dedicada ao sal de Aveiro” e a sua “capacidade de formar novos marnotos”. Este responsável lembrou ainda que a produção de sal tem muito potencial e, por isso deve ser defendida.
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