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NOTÍCIAS | | | 01-04-2003
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Satélite meteorológico europeu vai ser lançado no final de Agosto
O primeiro dos três satélites meteorológicos Meteosat da Segunda Geração (MSG) vai ser lançado a 27 de Agosto a partir da base de Kuru (Guiana francesa) a bordo de um foguetão Ariane 5.
A informação foi divulgada pela Agência Europeia para a Exploração de Satélites Meteorológicos (EUMETSAT), que tem o seu centro de operações e controlo na cidade alemã de Darmstadt, tendo colaborado com a Agência Espacial Europeia (ESA) neste projecto.
O lançamento está previsto para as 19:30 locais (01:30 em Lisboa).
O novo satélite, que transmitirá as primeiras imagens no final do mês de Outubro, vai enviar para a Terra muito mais informação do que os instrumentos actualmente em funcionamento (até 20 vezes mais), de forma mais rápida e detalhada.
Deste modo, as observações meteorológicas poderão ser melhoradas desde a órbita geoestacionária e as previsões do tempo ganharão em precisão.
Depois do lançamento do MSG-1 sairá da órbita terrestre o antigo satélite Meteosat, o sétimo da sua geração, em funcionamento desde 1977.
O novo satélite, construído em Cannes (sul de França) pelo fabricante Alcatel Space Industries, foi transportado para a base sul-americana em Maio e, quando for lançado, gravitará sobre o golfo da Guiné a 36.000 quilómetros de altitude durante os próximos 12 a 15 anos.
No projecto do MSG-1 colaboraram um total de cinquenta empresas subcontratadas de 13 países europeus.
A colocação em funcionamento do novo satélite trará consigo uma nova forma de observar os fenómenos meteorológicos, que vai permitir aos cientistas prever com muito maior fiabilidade furacões e tempestades fortes.
Este primeiro satélite vai estar equipado com 12 canais de transmissão de dados, em vez dos três de que dispõe o actual Meteosat.
Apesar de ainda não existir uma calendarização fixa para os dois outros MSG, fontes da EUMETSAT indicaram que o segundo satélite poderá ser lançado dentro de três anos.
O investimento total no projecto MSG ascende a 1.337 milhões de euros, dos quais 475 milhões são destinados ao primeiro dos satélites (313 milhões provenientes dos 17 países membros da ESA, incluindo Portugal, e o restante colocado pela EUMETSAT).
O Centro Nacional de Estudos Espaciais de Kuru, onde trabalham mais de 1.300 técnicos estrangeiros e cerca de 1.500 habitantes do país, foi fundado em 1967 e preparou desde então o lançamento de mais de 30 viagens do lançador Ariane.
Portugal, através do Instituto de Meteorologia (IM), coordena um projecto de investigação que envolve oito países europeus na exploração de serviços que vão potenciar as capacidades destes satélites de segunda geração da EUMETSAT.
O projecto, que vai explorar as aplicações dos satélites meteorológicos para a determinação de parâmetros ao nível do solo, assenta num consórcio formado por 13 instituições (três portuguesas: o IM, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e a Universidade de Évora) de oito países europeus.
A partir das informações que a nova geração de satélites irá disponibilizar será possível processar produtos e serviços destinados à agricultura, gestão dos recursos hídricos naturais, uso do solo, prevenção de catástrofes ou monitorização de secas, explicou, em declarações à Agência Lusa, o coordenador científico do projecto, Carlos da Câmara.
«Serão possíveis aplicações que percorram domínios desde a agricultura, à gestão dos recursos hídricos naturais, ao uso do solo, à prevenção de catástrofes ou à monitorização de secas«, exemplificou o investigador.
Ao IM cabe a coordenação global do projecto, além da coordenação administrativa e financeira.
Lusa
(9 Ago / 10:52)
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