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NOTÍCIAS | | | 01-04-2003
| Qualidade do ar vai piorar no litoral
| Aveiro |
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Qualidade do ar vai piorar no litoral
A qualidade do ar no litoral português vai piorar ao longo do próximo meio século em consequência dos efeitos das alterações climáticas, concluíram cientistas da Universidade de Aveiro.
Os investigadores chegaram a esta conclusão no âmbito do projecto QUIMERA, que pretende fornecer uma base de informação científica para legisladores e público, através da avaliação da vulnerabilidade de Portugal às mudanças climáticas, nomeadamente no que se refere à qualidade do ar e à ocorrência de incêndios florestais.
«Inicialmente, o estudo centrou-se nas zonas do litoral, que é onde vivem 80 por cento dos portugueses, mas vamos estender o projecto ao resto da país«, disse à Agência Lusa Carlos Borrego, um dos elementos da equipa responsável pelo projecto.
O projecto inclui a realização de simulações climáticas com o modelo de circulação geral, num clima presente e num clima futuro, com um aumento da concentração de gases catalisadores do efeito de estufa.
Segundo Carlos Borrego, a degradação da qualidade do ar poderá colocar em risco a saúde de algumas pessoas mais sensíveis.
«Se as emissões para a atmosfera continuarem a aumentar, quer sejam de veículos automóveis ou fontes pontuais, como as indústrias, é óbvio que pessoas que tenham uma propensão para algumas doenças podem vir a estar em risco«, alertou o investigador.
Em termos de riscos de incêndio, os investigadores concluíram que vai haver um aumento da temperatura na ordem dos dois graus centígrados, o que «tem algum efeito« no índice do risco de incêndio.
Contudo, advertiu Carlos Borrego, os resultados não são conclusivos, porque ainda estão a ser analisados vários dados.
O docente não tem dúvidas em afirmar que os resultados globais deste projecto serão de «extrema utilidade« no que respeita a futuras decisões políticas no âmbito da gestão florestal e da qualidade do ar.
Iniciado em Março de 2001, o QUIMERA está a ser desenvolvido pelo Centro das Zonas Costeiras e do Mar, da Universidade de Aveiro, em conjunto com a Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial, da Universidade de Coimbra, e deverá ficar concluído em 2003.
Lusa
(31 Jul / 8:38)
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