Lá fora, está um frio de rachar – dizem que estes são os dias mais frios de um Inverno que não irá deixar saudades – e há quem tenha sido obrigado a sair de casa bem cedo para apanhar transportes públicos e chegar a tempo e horas à sua consulta médica. Entende-se, assim, que muito poucos consigam ficar indiferentes à oferta de um chá ou leite quente – acompanhado de bolachas de água e sal ou “Maria” -, enquanto aguardam por serem chamados para o gabinete médico.
A bebida quente conforta o corpo. E o sorriso e a simpatia de quem empurra o carrinho de chá alentam o espírito de quem espera por uma consulta ou tratamento. Vestidos de bata amarela, os voluntários do Hospital Infante D. Pedro em Aveiro, não poupam esforços para melhorar o bem-estar dos doentes, conscientes de que uma palavra amiga e um sorriso pode fazer toda a diferença. Assim é há já 25 anos.
“Saio daqui com o coração cheio. O sorriso e o obrigado dos doentes deixam-me muito feliz”, relata ao Diário de Aveiro uma das 105 voluntárias do hospital aveirense. Prefere não ser identificada - assim como os seus colegas -, porque faz o seu trabalho de forma desinteressada e sem vaidades. Esta voluntária integra uma das equipas que, durante o período da manhã, distribui uma pequena refeição aos utentes das consultas externas – há também equipas a trabalhar nas enfermarias, ou seja, junto dos doentes que estão internados, nas mais diversas especialidades. “Já não imagino a minha vida sem este trabalho”, acrescenta a mesma voluntária.
Na mesma equipa, encontramos uma voluntária que está prestes a completar 25 anos de voluntariado no hospital de Aveiro. “Fiz parte logo da segunda formação”, conta, ao mesmo tempo que recorda que, “nessa altura, isto era uma ainda uma novidade absoluta aqui no hospital” e, como qualquer coisa nova, esteve sujeita a algumas resistências. “Hoje é diferente. Este trabalho já é reconhecido”, nota.
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