Em Portugal existem cerca de 85 mil celíacos, dos quais apenas 15 mil estão diagnosticados. Esta doença, genética, não tem cura e o único tratamento conhecido é uma dieta isenta de glúten. Provoca sintomas tão díspares como diarreias, depressões, infertilidade ou anemia e hoje em dia esta doença – que se traduz numa sensibilidade crónica ao glúten, proteína presente no trigo, centeio, cevada e aveia – está a ser diagnosticada também em mulheres em idade fértil e até em pessoas com mais de 65 anos.
Viver sem glúten
Uma vez diagnosticada, há que estabelecer uma dieta sem glúten, que é o mesmo que dizer, sem pão, tostas, massas, produtos de confeitaria e pastelaria, bolachas ou os tradicionais cereais de pequeno-almoço... O glúten pode ainda encontrar-se numa grande variedade de outros produtos, como molhos e temperos, sopas instantâneas, sobremesas, patês, alguns gelados, cafés e chás aromatizados, sucedâneos de chocolate, queijos fundidos, produtos à base de carne (por exemplo hambúrgueres, almôndegas, enchidos e produtos de charcutaria), pescado ou frutos do mar (por exemplo, panados de peixe), sem esquecer o glúten “escondido” nos batons, pasta de dentes, champôs ou comprimidos.
Almoçar ou lanchar fora de casa pode ser um sério desafio para estes doentes, e não só porque a oferta é escassa, mas também porque as regras associadas a uma confecção segura sem glúten são, de facto, muito exigentes e obrigatórias, sob risco de causar danos graves a um celíaco.
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