“É verdade, lesei o Estado, mas se fosse hoje não fazia isso”. As palavras são de Américo Pinto, o principal arguido do caso de mega-fraude fiscal no sector da cortiça que começou a ser julgado, ontem, em Santa Maria da Feira.
O ex-empresário, de 64 anos, confessou sem reservas os crimes económicos de que é acusado e que lhe terão permitido arrecadar cinco milhões de euros, através da compra de centenas de facturas falsas. Confirmou que comprava sacos de rolhas sem passar facturas aos fornecedores e, que, para justificar as transacções da mercadoria, adquiria os documentos falsos, já preenchidos, a outros arguidos, envolvendo-os no esquema. “Às vezes, uma pessoa tem de fazer coisas dessas para compor” [as contas da empresa], justificou ao colectivo de juízes, explicando que sentiu necessidade de praticar a actividade ilícita quando uma empresa concorrente começou a arruinar-lhe o negócio.
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