O Deputado do PSD, Paulo Cavaleiro, acusou a oposição de "não apresentar soluções para resolver o problema sentido no sector empresarial do Estado na área dos transportes". O social democrata falava no plenário da Assembleia da República, tendo questionado o BE se defende a política de “coleccionar empresas” sem garantias de que funcionem bem.

Paulo Cavaleiro sustentou a sua tese no PETI (Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas), que citou: “ao longo dos últimos 10 anos, o nível de endividamento do sector empresarial do Estado na área dos transportes triplicou, atingindo em 2010 o montante de 16,7 milhões de euros. Se não forem introduzidas reformas estruturais neste sector, as projecções com base na tendência dos últimos 10 indicam que no final do horizonte deste programa (2015) atingiremos um endividamento estimado em mais de 23.000 milhões de euros”.

“Nós conhecemos, e isso já foi identificado pelo Governo, o problema dos transportes”, notou Paulo Cavaleiro, sublinhando tratar-se de uma realidade com a qual o seu partido foi confrontado. “Sabíamos que era preciso fazer alguma coisa”, acrescentou, dirigindo-se à oposição: “os senhores sabem muito bem que há problemas, mas nunca dizem como é que se faz para resolver o problema do endividamento do sector público de transportes”.

O Deputado do PSD confrontou, na sua intervenção, o Bloco de Esquerda: “acha o BE que o Estado deve continuar a coleccionar empresas que não tem condições de garantir que funcionem bem? É aí que, ao endividar-nos cada vez mais, ficamos sem condições de responder àquilo que é a necessidade dos transportes e a necessidade das populações. Esse é que é o nosso desafio”.

Por outro lado, Paulo Cavaleiro acusou o PS de ainda não ter percebido “que o país é hoje muito diferente do que era em 2011”. A este respeito, atirou: “a estabilidade, o equilíbrio, a tranquilidade voltaram ao nosso país. Sei que se sentem melhor num clima mais revolucionário, mais efervescente. Mas a realidade é hoje diferente e vai ser cada vez mais diferente, porque vai ser cada vez melhor. E por saberem disso é que os senhores, sempre que uma questão se levanta, querem logo eleições antecipadas”. “O que sabemos hoje é que o desemprego continua a baixar e vamos crescer este ano pela primeira vez acima do ritmo da Zona Euro nos últimos 14 anos. O Orçamento do Estado que aí vem vai trazer várias vantagens, os funcionários vão recuperar parte dos seus salários, os reformados vão recuperar as suas pensões…”, concluiu.