Diário de Aveiro: Disse recentemente que encontrou a Câmara pior do que esperava. Isso não é um alibi para aquilo que eventualmente não conseguiu fazer?
Ribau Esteves: Não viemos para a Câmara para iludirmos seja quem for. O primeiro ano serviu para ficarmos a conhecer bem a realidade – sendo que a realidade é sempre diferente quando vista por dentro do que vista por fora. Sabiam-se muitas coisas, mas estar por dentro é completamente diferente. Fizemos uma auditoria e houve uma série de surpresas. Acabámos com a discussão sobre o valor da dívida… Não temos nem nunca teremos qualquer alibi na gestão da Câmara.
Quais foram as maiores surpresas que encontrou?
É muito difícil seleccionar. Entre as mais chocantes, escolho o caso dos Armazéns Gerais – foi um negócio ruinoso onde a Câmara deixou 3,3 milhões de euros. Outro foi a compra inacreditável e ilegal (por não ter sido alvo de deliberação da Assembleia Municipal), por um milhão de euros, de um terreno em Requeixo, que não serve para nada – chegámos a ter mais de cinco milhões de euros de receitas penhoradas por este processo.
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