O presidente da concelhia socialista de Ílhavo diz que o Congresso que consagrou António Costa como líder socialista decorreu dentro das expetativas. Sérgio Lopes, que apoiou a candidatura de António Costa nas diretas, assume que este será um ano para preparar a proposta alternativa a apresentar ao eleitorado em 2015.
“Acho que o congresso foi aquilo que tem que ser. Foi um momento de discussão e afirmação das principais linhas orientadoras do PS para ganhar as legislativas em 2015 e governar o país nos 4 anos seguintes. A atenção mediática preferiria descentrar as atenções para outras coisas mas acho que os congressistas conseguiram estar centrados no essencial: definir um caminho de progresso para o país”.
Sérgio Lopes admite que a classe política está debaixo de fogo no momento em que ex-governantes estão a contas com a justiça. Fala em “choque” ao saber da detenção do ex Primeiro-Ministro José Sócrates mas acredita que os portugueses saberão deixar correr o tempo da Justiça e fazer avaliações no final dos processos.
“Com choque porque se trata de um camarada mas com serenidade porque se trata de um processo judicial. Temos que o viver dessa maneira e separar o que deve estar separado. Não me parece que este seja um caso de contornos políticos. É o caso de um pessoa que foi Primeiro-Ministro e Secretário-geral do PS e por quem os socialistas nutrem carinho e em quem veem uma ação governativa importante para o país. Mas isso não pode toldar a análise. O assunto é da justiça e não da política”.
O responsável pela concelhia socialista de Ílhavo no rescaldo do congresso do PS admite que a classe política tem um caminho desafiante para levar os eleitores a confiar no seu trabalho.
“Conseguir que as pessoas saibam separar isso tendo em conta que José Sócrates é inocente até à decisão judicial. Ainda não há decisão. Temos que presumir a inocência. Não digo que isto não fere, de alguma forma, a imagem de credibilidade que as pessoas têm da política. Eventualmente fere essa imagem. O caminho a fazer é de afirmação da importância de termos um governo do PS a partir de 2015. Não podemos desviar-nos desse caminho e deixar que este aspeto prejudique. Para isso teremos que fazer o trabalho de mostrar às pessoas que são duas coisas distintas. Uma governação do PS é séria e centrada no interesse das pessoas como sempre foi e sempre será”. |