Apostar no reforço da economia local e da competitividade, nomeadamente em infraestruturas rodoviárias, fundamentais para garantir o fácil e rápido acesso às zonas industriais, são dois dos vários investimentos integrados na estratégia de desenvolvimento territorial para o período do próximo Quadro Comunitário 2014-2020, dos quais a edil anadiense, Teresa Cardoso, não abre mão.
Foi durante a apresentação do QCIRA – Quadro Comum de Investimentos da Região de Aveiro 2014-2020 – Estratégia de Desenvolvimento Territorial, que decorreu no auditório da Biblioteca Municipal de Anadia, no passado dia 11 de novembro, que a autarca de Anadia destacou como prioritárias a construção de uma via estruturante que permita melhorar as acessibilidades rodoviárias dos concelhos de Albergaria-a-Velha, Águeda, Oliveira do Bairro e Anadia, com a construção de um nó rodoviário no IP1/A1, no acesso à A1, evitando a utilização do IC2, hoje sem alternativa. Uma via que “deverá ser entendida como crucial para o reforço da competitividade da região”, garantindo ligações rápidas às zonas industriais de Sul de Águeda, Vila Verde, Paraimo e Amoreira da Gândara, sublinhou a autarca.
A expansão de redes de ciclovias e vias pedonais, a promoção e utilização da mobilidade suave, a requalificação urbana e a integração de uma rede intermunicipal de transportes públicos foram também elencados por Teresa Cardoso como áreas a privilegiar.
Na presença de Ribau Esteves e de José Eduardo Matos, da CIRA e de Filipe Teles, da Universidade de Aveiro, a edil sublinhou que o novo quadro Portugal 2020 “orienta-se para novas políticas assentes em novas estratégias de investimento, voltadas para a competitividade e internacionalização, para o capital humano, para a inclusão social e emprego e ainda para a sustentabilidade e eficiência no uso dos recursos”.
“Muda o paradigma dos investimentos outrora preconizados e lançam-se novos desafios e metas prioritárias na estratégia de desenvolvimento e de investimento para os municípios e para a região”, acrescentou.
Ciente de que para trás ficam anos de grandes investimentos no que se refere à construção de infraestruturas e equipamentos públicos, Teresa Cardoso quer ainda, sob a alçada do próximo Quadro Comunitário, apostar no setor turístico (setor termal, da saúde e bem estar, dos vinhos e da gastronomia), mas também no social. E porque o concelho tem uma importante rede de IPSS’s, defende uma aposta na resposta a valências que vão ao encontro da realidade demográfica do concelho.
“Sendo a promoção de respostas sociais, com base na inovação social, um dos desafios lançados no Plano Estratégico de Desenvolvimento Territorial para a região, acreditamos que as nossas instituições serão capazes de preconizar iniciativas e projetos, tendo como desígnios a coesão social do concelho e da região”, diria.
Anadia em números. E em dia de balanço, a presidente de Câmara anadiense aproveitou para dar a conhecer o peso de alguns investimentos realizados pelo município no âmbito do MAIS CENTRO, que representam um investimento de 660,30 euros/habitante, ligeiramente superior ao alcançado ao nível da região, que ronda os 622,60 euros/habitante.
E reportando-se também ao investimento total realizado no âmbito do POVT, disse representar mais 714,30 euros, neste período de sete anos, tivemos, até esta data, um investimento público realizado pela autarquia de 1.374,60 euros/habitante, com a comparticipação respetiva de 1.023,30 euros/habitante apenas no que se refere às obras realizadas e comparticipadas pelos fundos comunitários.
Números que lhe permitem concluir ter alcançado o município, através destes programas, investimentos que de outra forma não seria possível realizar.
QCIRA “mais e melhor região”. Em Anadia, a comunidade intermunicipal da região de Aveiro, constituída por 11 municípios, apresentou o Balanço do Plano Territorial e Desenvolvimento e dos investimentos que foram realizados no âmbito do QREN, que se iniciou em 2007 e cujo encerramento se estenderá até 2015.
Paralelamente foi dado a conhecer o “Quadro Comum de Investimentos da Região de Aveiro, QCIRA 2014-2020 – Estratégia de Desenvolvimento Territorial” que contou com a colaboração da Universidade de Aveiro.
A apresentação da estratégia regional coube ao Pró-Reitor da Universidade de Aveiro, Filipe Teles que deu a conhecer as principais áreas de especialização do quadro de investimentos definidos para a Região de Aveiro. São eles: Mar e Ria; Setores Agroalimentar e Florestal; Materiais e Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica, mas também o Uso Eficiente de Recursos, ou seja, estas são as áreas de maior potencial para contribuir para o desenvolvimento da região para um crescimento inteligente, sustentável e incluso.
Por isso, será necessário reconhecer como prioritárias questões como a criação de um contexto favorável ao empreendedorismo e à inovação, proteger e valorizar os recursos naturais da região, reforçar e capacitar as comunidades de formas inclusiva, promover a qualidade de vida e a aposta em regiões inteligentes, apostar no território como identidade, recurso e marca diferenciadora, mas também qualificar a governação e a prestação de serviços públicos.
Na ocasião, o presidente da CIRA, Ribau Esteves apontou, entre outras metas, a Fase 2 do Polis Litoral da Ria de Aveiro – operação de qualificação e valorização; a qualificação e valorização agrícola e ambiental do Baixo Vouga Lagunar “eternamente prometida e nunca cumprida”; a política intermunicipal de empreendedorismo e inovação e as acessibilidades para a inovação e competitividade, onde se incluem troços rodoviários e ferroviários, tais como a requalificação da Linha do Vouga (ligação Aveiro/Águeda), e as vias estruturantes de acesso a plataformas logisticas industriais, indispensáveis para a competitividade empresarial.
Catarina Cerca
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