A Campanha de Monitorização da Qualidade do Ar no centro da cidade de Aveiro, promovida pelo Instituto de Ambiente e Desenvolvimento, unidade de interface com a sociedade da Universidade de Aveiro, mostra, à semelhança de medições realizadas noutros períodos, níveis de partículas acima do valor limite para proteção da saúde humana.
Estes valores, detetados na campanha realizada entre 13 e 27 de outubro, com o apoio da Câmara Municipal, deverão estar associados ao tráfego automóvel e, provavelmente, a eventos naturais com transporte de partículas provenientes do norte de África.
Esta iniciativa, no âmbito da Ação Europeia COST TD1105 (http://www.eunetair.it/ ), teve como objetivo avaliar a qualidade do ar no centro urbano da cidade de Aveiro com recurso a diferentes equipamentos de monitorização, incluindo o Laboratório Móvel de Qualidade do Ar do IDAD (LabQAr) e sensores de várias equipas europeias.
A análise dos resultados obtidos durante a campanha, perto do Museu de Santa Joana, mostra que não foram registadas ultrapassagens dos valores limite para os poluentes monóxido de carbono, dióxido de azoto, ozono, dióxido de enxofre e benzeno.
Para as partículas em suspensão (PM10), verificou-se no entanto ultrapassagem do valor limite diário para proteção da saúde humana, de 50 µg.m-3 (valor a não exceder mais de 35 vezes em cada ano civil).
Durante os 15 dias da campanha, este valor limite foi ultrapassado seis vezes, de 20 a 25 de outubro. Por sua vez, o valor médio de PM10 para o período de amostragem, de 38 µg.m-3, é inferior ao valor limite anual definido na legislação (40 µg.m-3).
As emissões associadas ao tráfego automóvel, e as condições meteorológicas observadas terão sido preponderantes para os níveis de partículas em suspensão registados.
Refira-se no entanto, a ocorrência simultânea de eventos naturais com transporte de partículas provenientes do norte de África, no período de 18 a 31 de outubro, situação que terá igualmente influência nas excedências identificadas.
Só no final do ano e início do próximo, através de uma análise dos valores globais efetuada pela Agência Portuguesa de Ambiente, se conseguirá perceber a contribuição deste episódio natural nos níveis de partículas no ar ambiente.
Com base nos valores médios obtidos no âmbito da campanha de monitorização foram ainda calculados os índices de qualidade do ar para cada dia, verificando-se a ocorrência de sete dias com classificação Bom ou Muito Bom (13 a 19 de outubro), seis dias com índice Fraco (20 a 25 de outubro) e dois dias com índice Médio (26 e 27 de outubro).
As partículas PM10 foram o principal poluente responsável pelas classificações, sendo esta situação equivalente à registada nas estações fixas pertencentes à Rede de Medida da Qualidade do Ar da Aglomeração Aveiro / Ílhavo.
Texto e foto: UA |