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NOTÍCIAS | | | 01-04-2003
| Estado das estradas não serve de desculpa
| Sinistralidade rodoviária |
| Sinistralidade viária
Estado das estradas não serve de desculpa - BT
Um oficial da Brigada de Trânsito (BT) da GNR defendeu em Îlhavo, Aveiro, que o mau estrado das vias só em circunstâncias muito especiais pode ser invocado para justificar os acidentes de viação.
«O facto que mais influencia o acidente é o condutor. É o único que tem o poder de decisão face às condições de circulação que se apresentam«, defendeu o capitão Martins Ribeiro, da BT/Aveiro, num debate sobre segurança rodoviária promovido pelo Núcleo de Motoristas da Beira Litoral.
Martins Ribeiro alicerçou a sua teoria em números, recordando que 86 por cento dos acidentes registados em 2001 no distrito de Aveiro se ficaram a dever a imprudência dos condutores e 30,7 por cento a excesso de velocidade.
O graduado da BT sublinhou ainda que 85 por cento dos acidentes envolvem veículos ligeiros, deixando implícita uma má preparação técnica e cívica dos condutores não-profissionais.
Também o representante do Instituto de Estradas de Portugal (IEP), Joaquim Rosa, se apoiou em estatísticas para defender que 90 por cento dos acidentes se devem a erro humano, embora admitisse que Portugal tem uma rede viária insuficiente para um parque viário constituído por cinco milhões de veículos, dos quais 3,5 milhões são ligeiros.
Joaquim Rosa reconheceu ainda deficiências nos próprios itinerários principais, lançados na década de 80 com traçados que «não foram os mais favoráveis«.
Reportando-se à conservação da malha viária, defendeu um maior planeamento e articulação das intervenções entre o próprio IEP e entidades que habitualmente «abrem« as estradas para instalação de redes de água, gás ou telefone.
«Não podemos continuar a repavimentar uma estrada e a seguir esburacá-la para meter uma rede de água ou gás«, disse Joaquim Rosa.
Lembrando que o IEP teve oito presidentes em outros tantos anos, considerou que a circunstância tem impedido a definição de uma linha de rumo, lamentando ainda o fim dos cantoneiros, «peças fundamentais na conservação de estradas«.
Os trabalhos de conservação são agora adjudicados a pequenas empresas privadas, que «muitas vezes têm pouca noção de serviço público e se preocupam mais com o lucro«, considerou.
Lusa
(10 Nov / 14:05)
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