Um comunicado da Procuradoria-Geral da República (PGR), enviado à agência Lusa na noite de sexta-feira, afirmava que os detidos serão submetidos ao primeiro interrogatório judicial "durante o dia" de hoje, sem especificar horas para a inquirição.
No final, os detidos durante a operação de quinta-feira deverão conhecer as eventuais medidas de coacção, que podem ir do termo de residência e identidade à prisão preventiva.
Entre os detidos estão o director nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Manuel Jarmela Palos, o presidente do Instituto dos Registos e Notariado, António Figueiredo, e a secretária-geral do Ministério da Justiça, Maria Antónia Anes.
O inquérito investiga suspeitas de crimes de corrupção, tráfico de influências, peculato e branqueamento de capitais, na atribuição de vistos "gold".
No âmbito da investigação, na quinta-feira, foram realizadas seis dezenas de buscas em vários pontos do país, incluindo nos ministérios da Administração Interna, da Justiça e do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia.
"Estas buscas destinaram-se à recolha de informação relacionada com departamentos, serviços e funcionários daqueles ministérios, e não visavam membros do Governo", afirmou a PGR.
Nesta investigação, o Ministério Público é coadjuvado pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da Polícia Judiciária (PJ).
Criado em 2013, o programa de atribuição de vistos "gold" permite a emissão de autorizações de residência para estrangeiros oriundos de fora do espaço Schengen que, por um período mínimo de cinco anos, façam investimentos em Portugal.
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