Um projeto de fabrico aditivo rápido, através de impressão 3D em material cerâmico, desenvolvido na Universidade de Aveiro, aspira a catapultar a produção no sector. O projeto chama-se PrintCer3D.
Para além da Escola Superior de Design, Gestão e Tecnologia de Produção Aveiro Norte, agora nas novas instalações de Oliveira de Azeméis, do Centro de Investigação em Materiais Cerâmicos e Compósitos (CICECO), laboratório associado da UA, e do Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica, envolve a Costa Verde e o Centro Tecnológico de Cerâmica e do Vidro.
O fabrico rápido, através de impressão 3D, promete revolucionar a indústria, salienta Martinho de Oliveira, coordenador do projeto PrintCer3D e diretor da Escola Superior de Design, Gestão e Tecnologia de Produção Aveiro Norte, mais simplesmente Escola Superior Aveiro Norte.
Com a recente transferência para novas instalações, a ESAN passou a possuir as condições laboratoriais e oficinais necessárias para o desenvolvimento de parcerias ainda mais amplas com as empresas da região.
Exemplo disso é o projeto PrintCer3D que tem como objetivo o desenvolvimento de soluções de fabrico rápido de produtos de louça utilitária em porcelana, através da impressão tridimensional com uma pasta de porcelana própria. A tecnologia de fabrico rápido e os materiais usados na impressão carecem de ajustes no sentido de se conferir resistência e um aspeto acabado ao produto, sendo que, para isso, o objeto impresso a três dimensões deve passar pelas várias fases de preparação industrial: secagem, extração do ligante da impressão, chacotagem, vidragem e cozedura.
Estes estudos vão ser desenvolvidos na ESAN e no CICECO em estreita colaboração com os restantes parceiros.
Com esta tecnologia, ainda em desenvolvimento, será possível a produção de pequenas séries, com muito menor tempo de desenvolvimento e maior margem na complexidade geométrica e na funcionalidade das peças.
A tecnologia de impressão 3D é, atualmente, aceite pelo mercado como solução para a prototipagem rápida. No entanto à medida que a tecnologia evolui deverá ser também considerada como uma ferramenta de fabrico.
Esta evolução é já uma realidade na produção de plásticos, mas não de materiais cerâmicos. Pretende-se também, com este projeto, demonstrar a viabilidade industrial da impressão 3D em material cerâmico.
Para além do que já dispõe para o desenvolvimento deste projeto, a ESAN adquiriu novos equipamentos, nomeadamente uma nova máquina de impressão tridimensional que permite a aplicação, num mesmo produto, de um material que pode apresentar uma consistência variável: de maleável a rígido.
A ESAN equipa-se para atingir uma posição cimeira no estudo e na inovação tecnológica de fabrico rápido.
Da equipa da UA que desenvolve o projeto fazem parte, para além do coordenador Martinho de Oliveira, ainda Paula Vilarinho, professora do Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica da UA, Liliana Pires, docente da ESAN, e os bolseiros de investigação Ana Amorim, Daniela Gomes e Pedro Duarte.
texto e foto: UA |