"O calor liberado no fervor da disputa pode e deve agora ser transformado em energia construtiva de um novo momento no Brasil", iniciou a presidente em seu primeiro discurso após reeleita.
Dilma Rousseff, que obteve 51,64% dos votos, acrescentou que o desejo de "mudança" ficou claro ao longo da campanha, e que ela tem "consciência" de estar sendo reconduzida à presidência para fazer "as grandes mudanças que a sociedade brasileira exige".
"Pretendo liderar da forma mais pacífica e democrática esse momento transformador, estou disposta a abrir um grande espaço de diálogo, com todos os setores da sociedade, para encontrarmos as soluções mais rápidas para os nossos problemas", acrescentou.
Em discurso realizado em um hotel em Brasília, ao lado do ex-presidente Lula da Silva, seu antecessor no cargo, Dilma Rousseff ressaltou que dará prioridade, no seu próximo governo, a uma reforma política "que deverá mobilizar o Congresso Nacional e a sociedade em um plebiscito, para uma consulta popular".
A presidente reeleita destacou ainda a intenção de promover mudanças na legislação actual para acabar com a impunidade à corrupção, a afirmar que actualmente "a impunidade é a maior protectora da corrupção".
No sector económico, um dos pontos em que o seu governo mais críticas tem recebido, Dilma Rousseff prometeu assegurar os "altos níveis de emprego", bem como a "valorização dos salários", mas focando também num "impulso à actividade económica".
"Quero ser uma presidenta muito melhor do que fui até agora", prometeu ainda a representante do Partido dos Trabalhadores (PT), que entrará no segundo mandato a partir de 1 de Janeiro de 2015.
As eleições presidenciais no Brasil foram marcadas por um forte embate entre os dois candidatos - com Dilma Rousseff a puxar o voto dos eleitores de esquerda e trabalhadores, enquanto Aécio Neves era tido como o representante da classe empresarial.
A vitória - de apenas três pontos percentuais de diferença - foi a mais curta já registada numa disputa presidencial no Brasil.
No seu discurso após a vitória, Dilma Rousseff fez várias referências à necessidade de "diálogo", e a "esperança" de que esse choque de visões "produzirá um espaço de consenso que trilhará as mudanças" que o país precisa.
Antes, o candidato derrotado, Aécio Neves, no discurso em que reconheceu a derrota, mencionou a necessidade de "unir" o Brasil.
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