O Partido Ecologista “Os Verdes” quer esclarecimentos sobre aproveitamento hidroelétrico no troço do rio Arões/Lordelo. O Deputado José Luís Ferreira entregou na Assembleia da República uma pergunta em que questiona o Governo, através do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, sobre o aproveitamento hidroelétrico em Couto de Esteves, Sever do Vouga.

Trata-se de um projeto contestado por populares e autarcas que em 2012 participaram na consulta pública alertando para “impactos negativos e irreversíveis que poderiam advir para a comunidade, nomeadamente para a agricultura e o turismo, e para o ecossistema associado ao rio Lordelo”.

“Os Verdes” dizem que dois anos e meio depois, a mini-hídrica, que a população julgava cancelada, “estava afinal a ser cozinhada” silenciosamente” já “em fase de licenciamento”.

A contestação baseia-se no facto do estudo de impacte ambiental não ter em conta a barragem de Ribeiradio-Ermida, que está a ser construída nas proximidades com enchimento previsto para o final de dezembro. “A eventual construção de uma mini hídrica em Couto de Esteves, ou seja, da implementação de uma terceira albufeira numa área geográfica muito restrita, intensificará os impactos e sinergias negativas sobre o ambiente, património natural e comunidade local”, advertem “Os Verdes”.

José Luís Ferreira quer saber “qual o valor da contrapartida, que o Estado recebeu pela concessão por 45 anos do aproveitamento hidroelétrico do rio Arões/Lordelo”, se está prevista alguma verba para compensar as populações e autarquias locais”, “em que fase se encontra o processo de implementação do aproveitamento hidroelétrico”, por que motivo o estudo de Impacte Ambiental “não tem em conta a barragem de Ribeiradio-Ermida, que se localiza nas proximidades” e se “perante a contestação da população local, o ministério confirma a construção ou não da mini-hídrica”.