O Centro de Animação Comunitária de São Bernardo (Aveiro) é frequentado por adultos, com mais de 60 anos, que se reúnem algumas vezes por semana para cantar, dançar, conversar e partilhar saberes. A estes, lançámos o desafio de nos contarem como eram, noutros tempos, as tradições, o romance, o namoro, a escola, a moda, as festas…
Para início de conversa, propusemos falar do namoro, num tempo em que não havia televisão, telemóvel, computador, nem Internet, num tempo em que as redes sociais eram “alimentadas” no adro da igreja, nas festas populares, nos bailaricos e nas soleiras das portas. Feitas as contas, há mais de cinco décadas para voltar no tempo.
Sorriso matreiro toca
de perto a inocência
“Tive alguns namoricos e um namoro a sério, com o moço com quem casei. Namorámos três anos e meio…”, recorda Glória das Neves Marcelino, de 79 anos. Namoricos? “Sim… iam e vinham. Nada de sério”, responde. E onde namoravam? “À porta de casa! Aos domingos à tarde. Mais nada! E assim que o sol se começava a esconder nem precisava que a minha mãe me chamasse… ia logo para dentro!”, recorda. Amores de outros tempos, que sobreviviam ao passar dos anos, às distâncias e às agruras de tempos difíceis.
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