Foi aprovada esta noite na Assembleia Municipal de Aveiro (AMA), por maioria, a minuta do contrato de apoio de urgência do Fundo de Apoio Municipal (FAM). A sessão formalizou o acordo que viabiliza a entrada de 10,5 milhões de euros, com carácter de urgência, ao abrigo do valor global do FAM que será negociado a pensar em 2015. BE, Juntos por Aveiro e PCP votaram contra. O PS absteve-se. PSD e CDS-PP votaram favoravelmente. "O FAM é coisa má". A frase foi proferida por Jorge Nascimento do Movimento Juntos por Aveiro que, recordou, na sua perspectiva, a "boa gestão feita na Câmara pela equipa de Élio Maia". "O Presidente poderia ter dito que a Câmara anterior, em 2012 foi a oitava Câmara nacional a amortizar a sua dívida. Élio Maia, sem qualquer problema, conviveu com uma dívida muito maior do que aquela que deixou", disse, sublinhando que "estão a penalizar uma Câmara que tinha mais de 1.100 funcionários e acabou com 779", apelando a um "assomo de dignidade", continuando, na sua opinião, o FAM "deveria ser combatido com garra". O Fundo "vai impedir-nos de ter autonomia. Teremos sempre aqui um fiscal. Nunca mais teremos a dignidade de aprovar o 'nosso' orçamento. Isso é que é verdade. Esta Câmara, liderada por Ribau Esteves, quer o FAM para aliviar a sua carga governativa", disse, elevando a voz, Jorge Nascimento. Na resposta, Ribau Esteves disse não querer perder tempo a falar do passado. "Devemos dinheiro a mais de mil entidades. Devemos dinheiro a empresas há 15, 12, 11 e 10 anos. É uma vergonha e isso comigo vai acabar". Ribau Esteves recordou que a liberdade e autonomia da Câmara aveirense "é quase nula". Continuando a ter Jorge Nascimento 'na mira' reforçou a ideia que não entraria nesse 'jogo'. "Não vale a pena termos essa conversa. Fique aí a falar do que quiser", disse. "A matemática é simples e factual. Terei disponibilidade para lhe explicar com papel, caneta e máquina de calcular as verdadeiras contas mas, não vale a pena. É uma perda de tempo", referiu, adiantando que "não interessa se Alberto Souto fez isto para a esquerda ou para a direita ou se Élio Maia fez isto bem e aquilo mal". Para Ribau "no tempo de Souto não se cuidou da despesa e Élio Maia destruiu completamente a receita. Os dois fizeram coisas muito boas. Não os diabolizo nem os coloco no céu. O que interessa é trabalhar para melhorar e resolver o nosso problema grave", disse. A CMA vai enviar a candidatura para o Tribunal de Contas "na quarta ou quinta-feira" da próxima semana, para apreciação com carácter de urgência. |