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01-04-2003

Marchas animaram anadienses


Anadia

Anadia Marchas Populares animaram anadienses Pedro Fontes da Costa pedro@jb.pt A noite do último sábado, dia 22 de Junho, serviu de palco para mais um desfile de Marchas dos Santos Populares, na vila de Anadia, que encheram de colorido as artérias por onde iam passando. Num total de cinco marchas, provenientes de Samel, São Lourenço do Bairro, Tamengos, Vilarinho do Bairro, e Rua de Trás – Anadia saíram à rua e brilharam, proporcionando que várias centenas de pessoas assistissem, no largo do mercado, durante três horas, a um espectáculo de cor, música e muita alegria. O bom tempo foi ainda factor que contribuiu para o sucesso desta edição. Cor e juventude marcaram as marchas Com início marcado para as 22h00, o local de desfile centrou-se na zona do mercado de Anadia, nas traseiras da câmara. A primeira marcha a desfilar foi a de São João de Samel, trazendo um misto de cor e juventude através desta marcha, composta por 24 pares marchantes adultos, cinco pares infantis e um coro de dez pessoas e músicos. Os trajes dos homens e das mulheres e os seus adereços, assim como os efeites dos arcos, transpiravam de cor e alegria, que caracterizava o tema da marcha – jardins floridos. A letra era da responsabilidade de Maria Teresa Moura, música de Fausto Moreira, coreografia de Henriqueta Martins, madrinha Fernanda Loureiro e Alcides Santos, como porta bandeira. E em pleno “marchódromo” lá iam cantarolando – “A terra já está pronta / Está o canteiro certinho / Falta acabar um canto / com um pouco de jeitinho”. Seguindo, entretanto, a marcha de São Lourenço do Bairro, (é uma terra linda, garbosa e acolhedora), que voltou este ano a marcar presença neste evento para mostrar tudo o que pode e sabe fazer, com alegria sem limites. Este ano, a marcha pretendeu mostrar a beleza das flores e floristas. Composta por 36 pares, uma porta bandeira e um conjunto de 14 músicos. Os trajes e arcos foram pensados e elaborados por alguns pares marchantes. Um trabalho de muita paciência, sabedoria e criatividade. A letra e a música eram adequadas ao tema, falando sobretudo de flores, floristas e seus amores – “Com arcos e lindas flores / e de cestinho na mão / de rosas e seus amores / para animar São João”. Entretanto, majestosamente engalanada, surgiu a marcha da Junta de Freguesia de Tamengos, com um total de 28 pares. Com balões decorados a primor, e manjericos que baste, os marchantes cantarolavam: “Esta noite em Anadia / a vida é mais atraente / pela luz que irradia / e haver mais alegria / no rosto de toda a gente. / Só o S. Sebastião / se encontra desolado / por ver que o S. João / continua folião.../ Com as moças a seu lado”. Por sua vez, e porque a noite já ia longa, mais uma vez, e para não quebrar a tradição dos últimos anos, o Comendador Manuel Oliveira, presidente da Casa do Povo de Vilarinho do Bairro, aceitou a responsabilidade de trazer Vilarinho às grandes festas populares, promovidas pela autarquia anadiense. Este ano, a marcha que representou Vilarinho, tinha letra e música de Albino e Manuel Carriço. A sua letra retratava o quotidiano dos vilarinhenses, uma vez que fazem parte do coração bairradino com grandes tradições vinícolas. Falava ainda dos prestigiados vinhos da Adega Cooperativa e ainda das fogueiras que se faziam outrora nos largos do lugar e da alegria contagiante destas festividades. O tema da marcha ganha mais vida quando se canta: “Deixem passar a marcha de Vilarinho / que nada se pode igualar / na qualidade do vinho. / A sua gente com orgulho do passado / mostra que é diferente / seja neste ou noutro lado (...) Cada fogueira, com chama a crepitar é convite à brincadeira onde alguém se vai queimar”. Esta marcha contou ainda com a coreografia de Lurdes Marques. Por último, a marcha da Rua de Trás apresentou 40 pares, num total de 96 marchantes. Recorde-se que, há 28 anos atrás ,alguns habitantes da Rua de Trás decidiram seguir os “passos” dos seus vizinhos da Travessa da Alagoa, pioneiros das marchas populares em Anadia, e vir para a rua festejar os Santos Populares. Então, Rua pobre, de terra batida, pouco movimentada e quase esquecida, a Rua de Trás começou a ser alvo de alguma atenção por parte da população de Anadia. A sua marcha desfilou, pela primeira vez, em Junho de 1974. Actualmente, a rua já está asfaltada, ampliada (Av. Das laranjeiras e Rua Aníbal Rodrigues lapa) e com novos “utentes”, continua a “chama viva”, apresentando nas suas marchas vários painéis pintados nos arcos por Cláudia Marques. Composta por 40 pares marchantes, seis ostentavam os arcos, e um cavalinho composto por oito músicos, tendo como instrumentos um sax tenor, um sax barítono, um caixa, um clarinete, um trombone de pistons, um trombone de varas, um trompete e um bombardino. A música foi alegre e os cantantes entoavam no largo do mercado o seguinte refrão: “Nestes santos populares / afinando seus cantares / a nossa marcha aqui vai / caminhando p’ro bailarico / alho Porro e manjerico / cantai oh malta, cantai / os tempos que já lá vão / as noites de S. João / com saudades relembrando / que sem olhar a canseiras / no meio das brincadeiras / também lá iam sonhando”. E para quem possa ter perdido este magnífico espectáculo, as marchas sairão novamente à rua, no próximo sábado, mas na Curia. (26 Jun / 8:56)

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