Gonçalo Fonseca escreve uma carta aberta aos candidatos à liderança do PS em que reafirma compromisso com a candidatura de António José Seguro mas sem perder de vista a capacidade de trabalhar com António Costa.
Uma carta que pode ser entendida como um apelo à renovação do Partido. “No desafio que travo para a liderança da Federação de Aveiro do PS tenho dito e repito, que estarei ao lado do líder que for escolhido pelos Militantes e Simpatizantes. Não é razoável imaginar um comportamento semelhante a alguns Presidentes de Federação que perpetuam uma conduta absolutamente desleal face ao nosso Secretário-Geral” adianta o candidato à distrital.
Gonçalo Fonseca lembra que o PS teve responsabilidades de Governação em vários momentos desde o 25 de Abril e que o país é resultado da ação de todos “mas da decisão de alguns”.
“Confesso-vos que estou preocupado com a lógica de carreirismo que envenena o PS. E há algumas gerações, capitaneadas por camaradas nossos, que não olham a meios para atingir os fins. Que se acham donos do PS e da razão, que usam os militantes como números de votos, que promovem o culto da personalidade, que discriminam em função dos apoios, que só olham para si próprios e para os seus sonhos de poder”.
Num discurso dirigido aos candidatos à liderança nacional, Gonçalo Fonseca deixa apelo ao sentido de responsabilidade.
“Camaradas António José Seguro e António Costa, o momento que vivemos, particularmente conturbado, exige-vos uma responsabilidade acrescida. A de fazer com que os portugueses voltem a acreditar na política como instrumento de transformação e evolução da sociedade e que não se restringe a uma mera alternância de pessoas cujo objetivo se centra na criação de benefícios para interesses muito concentrados e, muitas vezes, ilegítimos. Os nossos protagonistas têm de ser pessoas de bem, reconhecidos, portadores de uma experiência e capacidade, colocadas ao serviço de todos. Os nossos concidadãos têm o direito de saber a razão de cada decisão, têm de perceber que os recursos não são infindáveis mas que são aplicados segundo critérios de elementar justiça e prioridade. Têm de saber que elegem os seus governantes para que estes olhem para o presente e para o futuro, que têm coragem de enfrentar todo o tipo de grupos de pressão e interesses, em nome do interesse de todos”. |