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NOTÍCIAS | | | 01-04-2003
| Uma jornada na Bairrada
| Vinhos |
| Uma jornada na Bairrada
António Chambel *
Para festejar o seu 11º Aniversário, o Clube de Vinhos – Forum Prior do Crato, sediado em Sangalhos, organizou um programa que incluiu um Jantar e Leilão de Vinhos Velhos no Palace Hotel do Bussaco e, no dia seguinte, um passeio pelas vinhas da Bairrada, seguido de um Almoço Regional nas Caves Aliança.
O jantar, como já é tradição, foi um Jantar de Vinhos, onde pontificaram os da nossa Região:
para o Vinho Espumante Bairrada 98, os aperitivos; para o Bairrada Branco Garrafeira 97 e Regional Beiras Chardonnay 2000, a Sopa Rica do Mar; para o Regional Beiras Tinto Castelão 98 e Regional Beiras Tinto Pinot Noir 99, o Cabrito Assado á Serrana; para o Dão Tinto Alves Martins 90 Magnum, os Queijos
Portugueses; para o Porto Niepoort’s LBV 87, o doce Morgado do Bussaco e para a Aguardente Velha Forum Prior do Crato 20 Anos, o Café.
O Almoço Regional, oferecido pelas Caves Aliança nas suas instalações, contou com o Galeria Bairrada Branco Bical 2000, o Angelus Bairrada Tinto Reserva 97 e os Vinhos Espumantes Bairrada Aliança Branco e Tinto, acompanhados pela tradicional Cabidela e Leitão Assado com batata cozida com pele e salada de laranja.
Num autocarro posto á disposição dos numerosos convivas, o Passeio pelas Vinhas da Bairrada teve o seu início no Palace Hotel do Bussaco, em direcção á Curia para recolher os restantes participantes.
Ao descer do Luso pela velha Estrada Nacional nº235, em direcção á Curia e ainda nos contrafortes da Serra do Bussaco, vislumbraram-se as primeiras vinhas encravadas nos pinhais e eucaliptais. Muito velhas, mas ainda bem tratadas são as que restam das muitas que os eucaliptos substituíram. Passada Vila Nova de Monsarros e já na várzea que se estende até á Malaposta, aparecem as primeiras vinhas quase contíguas, tanto na planície aluvial, como nas encostas. Na passagem pela vila de Anadia destacou-se a visão da Estação Vitivinícola da Bairrada com os seus renovados edíficios do início do
Sec.XX e as modelares vinhas, junto das quais se localiza o edifício do Museu do Vinho da Bairrada, em fase final da sua construção.
Passada a Curia e seguindo pela Estrada Nacional Nº1, ao longo do alargado vale do Rio Cértima, foi tempo de olhar a grande massa de vinhedos associado a hortas e olivedos que ocupa praticamente todo o vale até á Mealhada e admirar a grande aglomeração dos numerosos restaurantes dedicados ao Leitão Assado.
Depois da vila da Mealhada e subindo para o planalto calcáreo de Cantanhede, por Murtede e Ourentã, entramos num novo quadro com as vinhas em minifúndio, entremeadas de algumas oliveiras, a estenderem-se em monocultura a perder de vista. Percorrido o limite leste da cidade de Cantanhede, seguimos para Pocariça e Bolho onde se nos deparou outro quadro com grandes traços de vinha a disputar o espaço ao pinhal e ao eucaliptal, na procura das manchas de terreno que lhe são mais propícias.
Chegados a Vilarinho do Bairro outra paisagem surge, como transição entre a anterior e a seguinte em que entramos por S.Lourenço do Bairro. É a nova Bairrada, onde neste momento estão em curso grandes investimentos em novas vinhas e instalações de produção. Neste grande vale que se estende desde Paredes do Bairro até Mogofores e se espraia pelas encostas de Óis do Bairro, existem já grandes plantações de dezenas de hectares de vinha, a par do minifúndio característico de toda a Bairrada.
O percurso descrito e que aqui acaba é um dos vários possíveis para visitar a Bairrada nos seus diversos quadros geográficos e vinhateiros, mas outros poderão ser organizados e adaptados ao perfil dos seus destinatários. Por isso esta jornada bairradina foi, quanto a nós, um assinalável êxito dada as manifestações de agrado transmitidas pelos participantes no seu final. Julgamos ainda que acções deste género poderão constituir um produto turístico que a Bairrada pode oferecer , não só como Região Turística , mas também em associação com as regiões vizinhas.
* Geógrafo
(11 Jun /16:08)
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