Ricardo Salgado foi interrogado durante a manhã e a tarde, na qualidade de arguido, pelo juiz Carlos Alexandre, depois de detido esta manhã no âmbito da "Operação Monte Branco", que investiga a maior rede de branqueamento de capitais em Portugal.
Francisco Proença de Carvalho, advogado de Ricardo Salgado, disse à saída do TCIC que o seu constituinte "colaborou com a justiça, prestou a sua visão sobre os factos e assim continuará", e que "agora seguirá para sua casa, normalmente".
Num comunicado entretanto divulgado, a Procuradoria-Geral da Republica (PGR) informa que, de acordo com a promoção do Ministério Público, foram aplicadas ao arguido as medidas de coacção de "sujeição a caução, no montante de três milhões de euros, proibição de ausência do território nacional e proibição de contactos com determinadas pessoas".
Segundo a PGR, está em causa a "eventual prática de crimes de burla, abuso de confiança, falsificação e branqueamento de capitais".
A nota acrescenta que Ricardo Salgado manifestou o "propósito de prestar declarações e de colaborar com a justiça para o esclarecimento dos factos".
A PGR esclarece ainda que, no âmbito do processo Monte Branco, "foram identificados movimentos financeiros" que, numa primeira fase, levaram à inquirição como testemunha de Ricardo Salgado.
"Após essa audição prosseguiram diligências de investigação com a cooperação da Autoridade Tributária e Aduaneira, designadamente com a obtenção de elementos de prova por via da cooperação judiciária internacional, tendo sido recolhidos novos indícios que justificaram um conjunto de diligências de busca que, ontem [quarta-feira], foram levadas a cabo", explica o comunicado.
A detenção de Ricardo Salgado aconteceu na sequência de buscas efectuadas na quarta-feira, a várias entidades do Grupo Espírito Santo.
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