As ex-SCUT's continuarão a ser portajadas.

O Secretário de Estado dos Transportes, Infraestruturas e Comunicações, Sérgio Monteiro assegura que os pórticos "vão prosseguir activos" em Aveiro. O Governo, recordou, "não está em condições de prescindir das receitas".

Posição assumida por Sérgio Monteiro à margem da apresentação do Plano Intermunicipal de Mobilidade e Transportes da Região de Aveiro, realizada hoje de manhã.

O Governo "não pode desperdiçar" os 17,5 milhões de euros resultantes, como receita, das portagens, porque "ainda está a pagar a construção de auto-estradas (SCUT's) e a sua manutenção". A verba, em dívida, é de mais de 55 milhões de euros anuais. As receitas não ultrapassam os 17,5 milhões.

O governante não admite "abrir precedentes em Aveiro".

"No dia em que mudarmos um pórtico abrimos uma discussão em todo o País. Sentimos que precisamos de ter um novo modelo, totalmente diferente, mas, para isso, ainda não temos a análise técnica feita", disse, sublinhando que a Estradas de Portugal "está a trabalhar com os operadores privados e fornecedores para encontrar soluções eficientes. Já temos um projecto piloto mas tem problemas de implementação", referiu.

"Não queremos estar a alterar localizações de pórticos numa situação casuística. Sabemos que há problemas em Aveiro como há na Maia e em Viana do Castelo. É uma situação que está identificada mas, queremos resolver isso com um sistema novo e não com pequenas mudanças localizadas aqui ou ali", referiu aos jornalistas.

Ribau Esteves, Presidente da CIRA, assegura que não vai baixar os braços e a Região de Aveiro tem, na sua perspectiva, "argumentos fortes" para inverter a posição do Governo.

"Os argumentos do Governo estão completamente aprisionados à dívida de 54,5 milhões de dívida anual para com quem construiu as SCUT's", disse, vincando que "o que o Secretário de Estado me disse, não foi que eu não tinha razão. Apenas 'olhou' para a 'conta' que tem de pagar. Entendo que com persistência ganharemos a causa. A razão está do nosso lado, a razão terá de nos ser dada".

Ribau Esteves não admite evitar a contra-argumentação. "A nossa opinião é diferente da do Governo. O actual modelo de portagens é injusto e penalizador de regiões como a nossa. Não se pode reduzir a 'conversa' aos argumentos financeiros. Nós temos competitividade, grandes tempos de utilização das vias pela industria ou população. Todos os argumentos são a favor da nossa proposta", recordou. "Acredito que venceremos esta luta", vincou.

Ribau Esteves também se pronunciou sobre a construção ou o melhoramento de estradas secundárias que sirvam empresas ou industrias com actividade económica relevante.

Secundando a posição do membro do Governo, disse aos jornalistas que as empresas terão de comparticipar a obra de construção das vias com os denominados 'ganhos de competitividade'. "Já tivemos reuniões de trabalho com o Conselho Empresarial de Aveiro para trabalhar parcerias entre as empresas e as autarquias. Já lhes dissemos que eles também tem de fazer 'coisas' na área da mobilidade. Exercitámos ideias. As estradas até podem ser só construídas pelas empresas porque elas vão beneficiar dessas obras. A discussão aberta continuará e parece-me uma boa ideia", referiu.

O Conselho Intermunicipal da CIRA aprovou a versão final do Plano Intermunicipal de Mobilidade e Transportes da Região de Aveiro. A CIRA realizou hoje uma sessão de apresentação pública do 'PIMTRA'.