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NOTÍCIAS | | | 01-04-2003
| Fonte luminosa “chispa” polémica
| Sangalhos |
| Fogueira
Fonte luminosa “chispa” polémica
Catarina Cerca
São já muitas as vozes que se levantam contra a construção de uma fonte luminosa no centro do Largo da Feira, no lugar da Fogueira, freguesia de Sangalhos. A obra começou antes das eleições autárquicas, ainda no mandato do anterior autarca, Joaquim Cerca, mas a verdade é que, pouco depois, pararam e, até hoje, não foram recomeçadas.
No centro do largo, há já cinco meses, que se amontoam tijolos e a areia, dando um aspecto de desleixo e abandono que em nada dignifica o maior e mais frondoso largo do lugar, onde, aliás, uma vez por mês (todos os dias 4) se realiza a feira e onde tem lugar, no Verão, os festejos em honra do padroeiro - S.Silvestre, já que o largo da festa (o primeiro largo) passou a estar ocupado com a construção da Igreja da Fogueira, que ainda a decorre.
O descontentamento é tal que, entre dentes e sussurros, há já quem esteja com vontade de “limpar” o largo da “imundice”.
FONTE POUCO... LUMINOSA
A verdade é que, desde o início, poucas foram as pessoas que viram com bons olhos, o início da construção do já apelidado “mamarracho”, “lago dos patos” ou “pia baptismal”. Uma obra da responsabilidade da Junta de Freguesia e da Câmara Municipal que, em parceria, decidiram avançar no local com a construção de uma fonte luminosa, depois do projecto inicial (construção da referida fonte luminosa numa rotunda a implantar na convergência das três estradas de ligação para Ancas, Amoreira da Gândara e Rio-Rua da Prosperidade) ter caído por terra, já que obrigaria ao derrube de algumas árvores.
Temendo a contestação popular a alternativa encontrada foi passar a fonte luminosa, projectada pelos técnicos da Câmara Municipal de Anadia, para o centro do largo, uma opção que muitos residentes alegam ter sido “traçada em cima do joelho”, quando preferem e defendem que se deva preservar e recuperar o largo de uma forma harmoniosa com o enquadramento habitacional existente. Para isso, bastaria, dizem “empedrar o recinto, dando-lhe um aspecto mais asseado, colocar uma iluminação bonita e equipamento urbano – bancos, caixotes para papéis e bebedouros - adequado com o espaço”.
Assim, a fonte luminosa não encontrou muitos adeptos, até porque para além de “atrapalhar”, aquando da realização da feira e da festa, vai ser, na opinião de muitos moradores, um enorme depósito de lixo. É que todas as enormes e frondosas árvores que delimitam o largo são uma fonte inesgotável de lixo (folhas mortas) que vão entupir e manter aquele espaço sempre com um aspecto imundo, principalmente durante o Outono e o Inverno.
O POVO É QUEM MAIS ORDENA
A este respeito JB conversou com o edil, Litério Marques, que não se mostrou contra “outro rumo” que a obra possa tomar, admitindo mesmo que “não se deve ir contra a vontade das populações”.
Por outro lado, avançou ao nosso jornal que “o atraso na obra se deve a dificuldades financeiras da Câmara, pelo que a anterior Junta de Freguesia decidiu avançar, antes das eleições, com a obra, por sua conta e risco”, explicando ainda que “se a obra for esta, podem ter a certeza que, em Julho, na altura da festa do lugar, ela não estará concluída pois trata-se de uma obra que requer equipamento caro que contempla efeitos de luzes e água”.
O presidente da Câmara admite ainda que “se a actual Junta de Freguesia entender que aquela não é a melhor solução para o local (até porque não é uma obra sua, mas, sim da anterior autarquia) como só lá está meia dúzia de tijolos, será fácil resolver a questão”, concluindo que “a Junta e a população podem ter a certeza que se a obra não for da sua vontade, a Câmara terá todo o gosto em substituí-la por outra solução mais viável e do agrado da população”, até porque a “Câmara gosta de aplicar bem o dinheiro e não fazer coisas contra a vontade das populações. Se esta preferir arranjar o largo com outra iluminação e bancos novos, a Câmara aceitará essa vontade”, avançou o autarca anadiense.
FONTE E ROTUNDA SERÃO UMA CERTEZA
Por seu turno, Sérgio Aidos, presidente da autarquia sangalhense, mostrou-se surpreendido com o descontentamento dos populares, garantindo que “a obra é para continuar e ser reforçada”. Isto porque, segundo o próprio, “algumas pessoas contactadas mostram alguma aversão à fonte, mas só pelo facto de no lugar da fonte preferirem a construção de uma rotunda na confluência das três estradas”. Avançando ainda que “uma obra não invalida a outra” e que “ambas são muito necessárias para o lugar da Fogueira”, mostrou vontade de terminar o arranjo do largo, tal como estava planeado, avançando ainda com a necessidade de proceder, na confluência das três estradas, com a construção de uma rotunda que, segundo o autarca, “poderá obrigar apenas ao derrube de uma única árvore, caso não se consiga replantá-la de novo noutro local”. Daí ter sido já elaborado um levantamento topográfico do local que indicará a implantação precisa da rotunda, devendo apenas “sacrificar-se uma árvore” e, prosseguindo, explicou: “também o marco/obelisco poderá ser transferido para o centro da rotunda, caso seja essa a vontade de todos, mas sempre como complemento de um arranjo global da área e respeitando o enquadramento arquitectónico existente.”
Para a actual Junta de Freguesia o arranjo do largo e consequente construção da fonte luminosa, iniciado ainda no anterior mandato, é para continuar, “até porque as opiniões divergentes partem de um número insignificante de pessoas e não da maioria”, explicou.
Sérgio Aidos avança mesmo que, caso a Câmara não possa assumir financeiramente e de imediato a obra do arranjo do largo, a Junta de Freguesia mostra-se disponível para suportar temporariamente os encargos e avançar com o arranjo do mesmo, por forma a que na altura das festas de S.Silvestre “se não estiver pronto, esteja quase concluída”.
O autarca sublinha ainda que “a fonte luminosa vai incluir algo que irá simbolizar o lugar da Fogueira”, enquanto que “o largo terá uma parte relvada e uma outra empedrada, tudo enquadrado e em harmonia com o espaço envolvente”, estando ainda prevista a colocação de mobiliário urbano (novos bancos, novos bebedouros e novos recipientes para papéis), assim como nova iluminação. Tudo equipamento que só chegará após conclusão das obras de saneamento. Relativamente à redução do espaço para a realização da feira e da festa, o autarca avança que os dois largos podem ser utilizados, estando até um deles, neste momento, a ser subaproveitado.
(29 Mai / 12:40)
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