O presidente da Associação de Pesca Artesanal da região de Aveiro diz que a ria pode ser alavanca para conseguir projetos sustentáveis e geradores de riqueza mas tem que haver aposta em pequenos projetos em detrimento de grandes projetos.
Adelino Palão falava no colóquio sobre “Os produtos alimentares da Ria de Aveiro e a sua qualidade - da natureza para a mesa” no âmbito do “Ria de Aveiro weeckend” para concluir que a ria tem muito para dar mas deve ser cuidada.
“Temos que pensar em deixar de fazer projetos que vão render milhões que são os apetecíveis e no fim só dão tostões. E os de tostões até empregam gente e até chegam a atingir milhões. Projetos que são defraudados e vedados pela CCDR e pelos da Água e do vinho. Costumo dizer assim para não ofender ninguém. Eu próprio tive um projeto 4 anos à espera de uma resolução. Era um projeto promissor e tinha investimentos próprios de 300 mil euros”.
O dirigente associativo afirma que ganhou mais na ria do que no mar e admite que a degradação não tem apenas a ver com o comportamento dos cidadãos mas também com falta de responsabilização da Administração Portuária para poder cuidar melhor de espaços ribeirinhos afetados pela amplitude das marés.
“Só vos quero alertar para os aumentos das marés. Quem tem pisciculturas e aquaculturas não consegue sobreviver se isto continuar. Não pedimos indemnização à APA. Eles são responsáveis pela queda dos muros e pelas despesas que temos. Temos que começar a pedir”.
O retrato de Adelino Palão sobre a Ria de Aveiro num colóquio marcado pelas referências ao potencial e aos riscos. |