As eleições europeias centraram atenções no debate política da Assembleia Municipal de Ílhavo. A vitória socialista por margem curta e a crise interna no PS com abertura de um processo de disputa da liderança acabaram por motivar o cruzamento de opiniões entre a maioria e o principal partido da oposição. Flor Agostinho, do PSD, considera que o eleitorado deu o sinal que pretendia.
"O povo português acabou por avaliar a prestação do líder da oposição mostrando-lhe que não tem capacidade nem competência para merecer a tão pedida vitória absoluta e histórica. Em suma, reconheça-se que o povo quis demonstrar que António José Seguro não é líder para governar o país. O PS resultou na catástrofe partidária a que hoje somos brindados na comunicação social".
António Pinho, do PP, não fugiu ao tema e usou de ironia para comentar a situação no PS. "Uma moção sobre os cartazes e outdoors que continuam nas ruas nós subscreveremos. Não sei se é uma questão de poluição visual ou uma questão de fairplay porque todos os cartazes do PS falam em Mudança. Achamos que, acima de tudo, prevalece o fairplay, o respeito pelos estatutos e pelo cumprimento dos mandatos. São três valores, esses sim, à altura do tradição do Partido Socialista."
O presidente da Câmara de Ílhavo, Fernando Caçoilo, acentuou a noção de que o futuro não está na mudança de rostos mas no cumprimento de um programa. "Não sei se o futuro líder do PS é melhor ou pior que Passos Coelho mas, atenção, não coloquem o país outra vez na banca rota. Foi consequência da gestão socialista no Governo que se chamou o FMI. Só um alerta: este conceito de ser melhor ou pior tem de ter em conta que ninguém gosta de austeridade."
João Bernardo, do PS, comentou este interesse demonstrado por Fernando Caçoilo sobre a vida do PS para falar do processo da eleição interna e deixar uma crítica implícita ao processo e aos timings da escolha agendada para setembro.
"Ficámos muito sensibilizados com as suas preocupações, que sabemos que são genuínas, sobre a vida interna do PS. Sabemos que essa é uma preocupação dominante para si e que acompanhará com a devida atenção. Não sei até se irá votar ou não. Não pode, porque nunca subscreveu nenhum documento do PS, por isso não pode." |