A Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro (ESSUA) está a oferecer um tratamento inovador a pessoas com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), vulgarmente conhecida por bronquite crónica ou enfisema. Trata-se de uma doença que afecta cerca de 500 mil pessoas em Portugal, sendo que na ESSUA, o programa de tratamento, no âmbito de um projecto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, resultou de um trabalho de investigação de Alda Marques e Daniela Figueiredo, docentes e investigadoras da Universidade de Aveiro (UA). As duas investigadoras receberam a consultoria da Professora Dina Brooks, da Universidade de Toronto (Canadá), apresentada como “uma das maiores especialistas mundiais em reabilitação respiratória”.
Envolvendo cerca de 400 pessoas, entre os quais 60 pacientes, além dos familiares, a avaliação foi feita em diversas unidades de saúde do Agrupamento de Centros de Saúde Baixo Vouga e nos Hospitais Infante D. Pedro (Aveiro) e São Sebastião (Santa Maria da Feira).
Segundo os resultados do projecto de investigação, além de reabilitar as pessoas com DPOC e ajudá-las a ajustarem-se melhor aos impactos da doença” - sendo este “o principal objetivo” - é possível melhorar “em 20 por cento a tolerância ao esforço, entre 50 a 60 por cento a força muscular e em 30 por cento a sintomatologia (como falta de ar, tosse, pieira ou fadiga) e a qualidade de vida relacionada com a saúde”.
É ainda possível demonstrar que a integração de pacientes em fases mais iniciais da DPOC “pode ser benéfica e até mesmo retardar a progressão de uma doença que é muito incapacitante em estádios mais avançados”. Segundo comunicado da UA, os programas de reabilitação respiratória já existentes “integram essencialmente pessoas numa fase mais avançada da doença que geralmente progride para manifestações extrapulmonares, como o descondicionamento físico, a fraqueza muscular e a perda de peso, factores que agravam ainda mais o estado de saúde da pessoa”.
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