A Direção Regional de Aveiro do PCP classifica a eleição de três eurodeputados como “o melhor resultado em 25 anos” nas Europeias. Consegue “uma maior percentagem”, atingindo os 12,7%; a eleição de mais um deputado, passando a 3, num quadro em que a representação do país se reduziu de 22 para 21 eleitos; e um aumento do número de votos, quase 10% de massa eleitoral, mais cerca de 37 mil votos, ultrapassando os 415 mil, apesar do número de votantes ter diminuído em cerca de meio milhão.
“Este resultado foi um valioso contributo para a derrota do Governo, que teve o pior resultado da história dos partidos que o compõem, 27,7%, assim como um forte revés para a política de direita, uma vez que, em conjunto, os partidos da troika (PS, PSD e CDS), cuja governação dos últimos 37 anos trouxe o país a esta dramática situação, obtiveram menos de 60% dos votos expressos e perderam mais de 400 mil votos”.
O PCP destaca, ainda, a “forte quebra eleitoral do BE, de 10,7% para 4,5%”, e a votação obtida por Marinho e Pinto, em nome do MPT, 7,1%, considerada pelo PCP como “expressão transitória dum populismo inconsequente”.
Quanto aos dados no distrito, a DORAV considerou a votação alcançada pela CDU no distrito como “um contributo significativo para o êxito eleitoral nacional” com a subida de 1 ponto percentual, atingindo cerca de 7%, e com crescimento de mais de 1200 votos.
Com a dinâmica das Europeias, o PCP dá o mote para as legislativas para considerar que está cada vez “mais próximo o objectivo de recuperar um deputado do PCP pelo círculo de Aveiro na Assembleia da República”.
O PCP diz que nos resultados alcançados pesam “o projecto, a coerência, a intervenção e a campanha da CDU, em contacto com os trabalhadores e o povo, assumindo a verdade, a confiança, a esperança e a diferença” face aos partidos ligados à assistência financeira.
Na reunião de balanço, os comunistas voltam a criticar o que dizem ser “a brutal campanha mistificatória” do Governo sobre a alegada saída limpa adivinhando a tentativa de “concretizar uma nova fase da ofensiva dos grandes interesses, com a implementação do Documento de Estratégia Orçamental, do Guião para a Reforma do Estado, da Revisão do Código de Trabalho, do Tratado Orçamental e do conjunto de políticas e tratados da integração capitalista Europeia e do Euro”.
Pela frente surgem novas iniciativas de contestação com o PCP a aderir à Manifestação organizada pela CGTP, a 14 de Junho, no Porto, para pedir mais uma vez a demissão do Governo.
“É urgente pôr fim a um Governo e a uma política que, em confronto com a Constituição da República, como agora se reconfirmou pela inconstitucionalidade de elementos significativos do Orçamento de Estado, sem legitimidade democrática, posta de novo em causa nestas eleições, e em conflito profundo com os interesses do povo e do país, compromete o futuro de Portugal”. |