O mandatário da candidatura “Aliança Portugal” no Município de Ílhavo considera que os números da vantagem da candidatura de PP e PSD no Município (34,62% dos votos expressos, numa eleição em que a abstenção foi superior a 70% e o PS obteve 23,63%) são "agradáveis" e "reconfortantes" mas não passam de leitura paroquial de uma realidade em que o mais relevante era a eleição à escala europeia.
Rui Dias afirma surpresa pela forma como o PS nacional se manifestou no rescaldo das eleições e sobretudo pela forma como o principal partido da oposição está a digerir o resultado das eleições. “Se não isto não fosse uma comédia, seria certamente uma tragédia. A acompanhar com cuidado e preocupação nos próximos tempos, porque uma oposição esclarecida, tranquila e competente faz demasiada falta ao funcionamento da democracia para ser tratada desta forma. Sobretudo por si própria”.
A leitura dos Sociais Democratas de Ílhavo avalia a forma como se posicionou o PS acusando a liderança de Seguro de “desfaçatez”, “oportunismo” e “irresponsabilidade” na abordagem às Eleições Europeias.
“Não esperávamos que o Partido cujo Governo levou Portugal para o precipício do descontrole das contas públicas, para o pior saldo de caixa de todos os tempos, que, quando se foi embora, não conseguia colocar dívida pública nos mercados, nem tinha como assegurar o pagamento dos salários dos funcionários públicos e da despesa corrente do Estado sequer no mês seguinte, viesse tentar converter as Eleições Europeias num plebiscito à atividade de um Governo que equilibrou as contas públicas, satisfez as responsabilidades que o Partido Socialista assumiu, saiu de forma limpa do Programa de Resgate subscrito por Sócrates e Teixeira dos Santos e devolveu a Portugal o crédito internacional que os governos socialistas tinham dissipado”.
O também dirigente da concelhia de Ílhavo do PSD recorda a aposta socialista numa vitória “absoluta”, “histórica”, “esmagadora” ou “retumbante”, que “não deixasse espaço ao Governo senão demitir-se”. E considera que a lista socialista assentou num “incompreensível e desacreditado conceito de pacificação interna onde pontificam Gueterristas e Socratistas que representam o pior da governação socialista em Portugal nas últimas duas décadas”.
No rescaldo da leitura dos números de domingo, Rui Dias diz que a realidade veio mostrar um ambiente tenso e de desilusão entre os socialistas. “Já todos nós já vimos funerais mais animados que a festa da vitória socialista de domingo”.
O mandatário da Aliança Portugal considera que as “as guerras palacianas que se preparam no Largo do Rato (ou na Praça do Município) dizem bem do desconforto que reina entre as hostes socialistas depois desta eleição europeia que eles próprios converteram em avaliação do mérito da atuação do Governo e da credibilidade da sua própria oposição”.
Admitindo a vitória socialista, diz que dados devem ser ponderados. “É, no entanto, preciso sublinhar que o PS ganhou estas eleições por pouco mais de 3%, e elegeu apenas mais 1 eurodeputado que a Aliança Portugal, quando historicamente (e quando a delicadeza da governação se não comparava com as exigências atuais) os partidos da oposição ao Governo ganham com 11% (como sucedeu com o PS em 2004) ou 13,5% (como sucedeu com os partidos que agora compuseram a Aliança Portugal, em 2009)”.
Rui Dias diz que esperava um “exercício de maturidade política dos responsáveis socialistas” mas sublinha que ao invés de analisar factos como a maior taxa de abstenção registada numas eleições europeias, os fenómenos da expressão eleitoral da extrema direita em França ou de extrema esquerda na Grécia, ou a crescente dimensão dos movimentos eurocépticos, “o Partido Socialista decidiu ir cantar vitória para o Altis, num mal afinado exercício de sobrevivência politica do seu secretário geral, que apareceu, com a sua habitual inabilidade e a despropósito, a exigir ao Presidente da República que retire consequências políticas dos resultados das europeias e a pedir eleições legislativas antecipadas”.
Os Sociais Democratas de Ílhavo afirmam confiança na eleição de Jean Claude Junker como presidente da Comissão Europeia. |